João Campos foi recebido pelo presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, que colocou a entidade à disposição para ajudar a enfrentar problemas estruturais do Recife
O prefeito do Recife, João Campos, que é engenheiro civil, visitou, na tarde desta quinta-feira (18), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE) para discutir sobre importantes gargalos na área de infraestrutura da cidade. Ele foi recebido pelo presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, que colocou a entidade à disposição para construir soluções em áreas como moradia de baixa renda, mobilidade, pavimentação e projetos executivos de engenharia.
O Crea propôs um acordo de cooperação técnica para a criação de um escritório em parceria com o município do Recife, e a participação das universidades, para desenvolver projetos de regularização fundiária e de produção de unidades de habitação de interesse social. A ideia é que o Recife se torne um case de atuação conjunta de instituições atuando para reduzir o déficit habitacional que, na capital, é de mais de 70 mil moradias.
“Podemos pensar num projeto-piloto que possa beneficiar parte dessa população que não tem moradia digna na cidade”, afirmou o presidente do Crea, Adriano Lucena. A proposta foi bem recebida pelo prefeito João Campos. “Vamos colocar a secretária de Habitação, Erika Moura, e de Saneamento, Maria Eduarda Medicis, para discutir e operacionalizar essa ideia”, afirmou o prefeito do Recife.
Na conversa, João Campos disse que está revisando e atualizando o projeto de triplicação da BR-232, na saída do Recife, com o objetivo de torná-lo mais barato, diminuindo as intervenções da Compesa, Copergás e Celpe. “Nosso cronograma é que esse projeto possa ser concluído ainda neste primeiro semestre. E é importante que esse redesenho seja apresentado ao Crea, antes dele ser oficialmente lançado”, afirmou o prefeito.
Um dos temas da pauta colocada pelo Crea, o Parque Capibaribe, foi apontado por João Campos como o projeto estruturante de maior dimensão da cidade. “Ele pega o grande patrimônio da cidade, que é o Rio Capibaribe e permite que ele possa ser novamente vivido em sua totalidade”, disse. O prefeito sinalizou que o trecho, entre a Ponte da Torre e da Capunga, deverá começar as obras em breve. “Fazendo isso vamos estimular a população a conhecer mais o projeto”, afirmou Campos.
O presidente do Crea, Adriano Lucena, ressaltou a importância da visita do prefeito à instituição que representa 37 mil profissionais. “É muito significativa. Primeiro, porque o prefeito é dessa casa. É profissional do sistema, engenheiro civil. Segundo porque é esse o Crea que queremos construir, um Crea participativo, que pretende atuar em conjunto com os entes públicos em defesa da sociedade. A solução dos problemas da cidade vai passar sempre pela engenharia e nós não podemos abrir mão desse protagonismo”, afirmou Adriano Lucena.
FIM DO PREGÃO PARA PROJETOS DE ENGENHARIA
Fruto de conversas que já foram iniciadas em reunião com a secretária de Infraestrutura de Pernambuco, Fernandha Batista, o presidente do Crea também tratou com João Campos de propostas para melhorar os processos de contratação de serviços na área de engenharia por parte do poder público.
Entre as medidas de otimização, está o fim da modalidade pregão para contratação de projetos, de obras e de serviços de engenharia por parte da administração pública. Outra ação é a implantação da cronologia para os pagamentos dos serviços e de obras prestadas pela engenharia, obedecendo um calendário que seja acordado entre as empresas prestadoras de serviço e o governo municipal.
“A maior parte do problemas visíveis para o cidadão são correlatos com a área de infraestrutura. E isso está diretamente ligado à capacidade que a engenharia tem de resolver esses problemas. A gente tem obrigação de buscar uma solução diferente, que não contemple só o olhar político. O olhar técnico é fundamental e a expertise do Crea pode contribuir muito com isso”, afirmou João Campos.
A pauta da reunião tratou ainda do cumprimento da Lei Estadual 13.032/2006, que dispõe sobre a obrigatoriedade de vistorias periciais e manutenções periódicas, em edifícios de apartamentos e salas comerciais, no Recife. Foram discutidos também os impactos da Lei de Liberdade Econômica, que permite a flexibilização dos requisitos para licenciamento de obras classificadas de “baixo risco”.