Disposição e espírito de solidariedade. Foram estes os combustíveis responsáveis pelo excelente resultado no primeiro dia de trabalho dos profissionais do Grupo Técnico (GT) formado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), em parceria com as entidades de classe profissionais do Estado, que, como voluntários, estão ajudando nas obras de reconstrução do município de Palmares, na Mata Sul do Estado. A ação aconteceu, das 9h30 até as 17h, do sábado (31) e reuniu 52 pessoas entre profissionais e alunos de diversas áreas do Sistema Confea/Crea/Mútua, além do presidente do Crea-PE, José Mário Cavalcanti, que vistoriaram, aproximadamente, 100 edificações, comerciais e residenciais, todas da área ribeirinha da cidade. O número alcançado, tanto de profissionais envolvidos quanto de vistorias superou a expectativa.
Contando com o apoio da Prefeitura Municipal, antes de iniciar as vistorias, os voluntários receberam botas e plantas dos imóveis a serem visitados. Em seguida, o presidente do Crea-PE e o coordenador dos trabalhos e representante do Instituto de Arquitetos (IAB-PE) Ney Dantas, deram instruções ao grupo. Segundo José Mário quanto maior o detalhamento da vistoria e a comprovação fotográfica, mais fidedigno seria o laudo. O Grande grupo foi dividido em cinco subgrupos de modo que, em todos, houvesse engenheiros e arquitetos. Além destes, mais um grupo, formado por engenheiros de pesca e florestal trabalhou, exclusivamente, avaliando as condições da cabeceira do Rio Una, especialmente, no que diz respeito ao reflorestamento e recuperação da mata ciliar.
Apesar das discussões em nível municipal e estadual apontarem para a retirada de todas as construções da área ribeirinha, os técnicos fizeram o trabalho com três tipos de identificação: Danos mínimos ── naqueles que havia apenas a recomendação de limpeza, revisão de instalações elétricas etc ── ; danos recuperáveis ──, quando necessária a execução de serviços e, por fim, danos irrecuperáveis, para os que tivessem recomendações de interdição e posterior demolição. Nessa perspectiva, foram vistoriados todos os imóveis localizados às margens do rio, desde a entrada da cidade, até o prédio da prefeitura.
Nas vistorias que realizou, o presidente José Mário Cavalcanti, fez questão de esclarecer aos ocupantes dos imóveis sobre o perigo que corriam permanecendo no local e, em especial, os que insistiam em recuperar parte dos estabelecimentos. “Os perigos apresentados são inúmeros. Não podemos permitir que as pessoas reconstruam sem a mínima segurança. Alguns dos imóveis permaneceram parcialmente erguidos, no entanto, há indícios técnicos que indicam que, a qualquer momento, o resto poderá desmoronar no sentido do rio. Por este motivo, a instrução é de interdição nos casos em que for constatada a impossibilidade de recuperação”, disse o presidente. Ele ainda acrescentou que, embora haja grande indício, por parte do Governo Estadual e municipal, de que os imóveis construídos irregularmente, serão retirados da área ribeirinha, é necessário considerar o tempo que demandará as avaliações e posteriores processos de indenizações.
A ação já prevista para acontecer, foi abreviada em virtude de ofício do prefeito de Palmares, José Bartolomeu de Almeida Melo, ao presidente do Crea-PE, José Mário Cavalcanti, solicitando, com urgência, ajuda técnica do Conselho que contou para tanto com a participação de das seguintes entidades de classe: Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (SENGE-PE); Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais (APEEF); Clube de Engenharia de Pernambuco (CEP); Instituto Pernambucano de Avaliações e Pericias de Engenharia (IPEAPE); Sindicato dos Arquitetos do Estado de Pernambuco (SAEPE); Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Universidade de Pernambuco (UPE); Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho de Pernambuco (AESPE); Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/PE); Sindicato dos Técnicos de Pernambuco (SINTEC-PE); Associação Profissional dos Geólogos de Pernambuco (AGP) e Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE).
Durante todo o dia as equipes foram acompanhadas por funcionários da prefeitura do município e pelo secretário de Obras, Clodomir Araújo, além de funcionários da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), que auxiliaram na interdição imediata dos imóveis condenados.
Dilma Moura
ASC do Crea-PE