Dando continuidade à pesquisa cientifica sobre o impacto dos pesos dos veículos denominados BRT (Bus Rapid Transit), o conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) e professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Pina, realizou, no fim do mês de dezembro, a medição da deformação elástica do pavimento das avenidas Caxangá e Conde da Boa Vista, utilizando um equipamento chamando Falling Weight Deflectometer (FWD).
O equipamento produz uma carga de impulso dinâmico a qual simula a carga de uma roda em movimento em substituição a uma carga estática, semi-estática ou vibratória. Com isso, o professor irá analisar os dados e estudar o impacto causado pelos BRTs e as possíveis soluções para o pavimento da cidade. “É preciso pensar o sistema como um todo, com uma visão holística do processo. O BRT é o trem sobre pneus. Não temos dúvida do quanto a sociedade ganha com eles, mas também é preciso pensar e estruturar os pavimentos. A população passou muito tempo esperando a finalização das obras dos BRTs e é complicado pensar em pavimentos danificados em pouco tempo”, explica.
A pesquisa teve início no dia 19 de novembro com a pesagem dos dois modelos de BRTs que circulam pela cidade. . A pesagem foi realizada na garagem da empresa Itamaracá, em Abreu e Lima, e contou com o apoio dos alunos de Engenharia Civil da Unicap e UFPE. Enquanto o ônibus tradicional pesa 10 toneladas no total, o BRT pesa 21 toneladas, isso os dois estando vazios. Com passageiros, esse número sobe, pelo menos, mais 13 toneladas. Com isso, é preciso pensar no pavimento das vias que recebe toda essa carga”, explica Pina.
O sistema BRT já está em uso em 168 cidades, de 39 países dos cinco continentes, mas ainda não há um estudo sobre o impacto dos veículos na pavimentação.
Rui Gonçalves
ASC do Crea-PE