Porto Alegre, 26 de janeiro de 2014.
Delegação defende maior envolvimento nas questões de desenvolvimento que afetam a população
Ao final de cinco dias – 22 a 26 de janeiro – participando do Fórum Social Mundial Temático (FSMT), de 2014, realizado em Porto Alegre (RS), José Mário Cavalcanti, engenheiro civil, e presidente do Crea-PE, afirmou que “é preciso mais conhecimento e mais envolvimento do Sistema Confea/Crea na formulação de discussões sobre os Planos Diretores e Setoriais para contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento do País”.
Da mesma opinião comungam os outros dois membros da delegação do Sistema que permaneceram na capital gaúcha até o último dia do FSMT, Ibá dos Santos Silva, engenheiro agrônomo, (Crea-RJ), representante do plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e o agrimensor Juci Pita, Crea-BA, coordenador da Câmara Especializada de Agrimensura. E ainda José Tadeu da Silva, engenheiro civil que preside o Confea e que foi representado no Fórum pelo presidente do Crea-DF, engenheiro civil Flávio Correia.
Para José Mário, “embora tenha assento em diversos órgãos e fóruns governamentais, o Sistema não se manifesta politicamente, se camufla no tecnicismo e não se aprofunda no verdadeiro debate”.
A necessidade de dar maior projeção à participação do Sistema na definição de políticas públicas ficou ainda mais evidente para José Mário, depois da participação da delegação no “Fórum Sul de Reforma Urbana – A reforma urbana e o direito das cidades nos processos de revisão dos Planos Diretores nas capitais do Sul do Brasil”, realizada no Memorial, espaço na cidade baixa de Porto Alegre que concentra prédios muito antigos como o da Alfândega.
“Os depoimentos que ouvimos sobre reforma urbana, revelam que os Planos Diretores estão sendo elaborados de maneira genérica deixando para considerar aspectos fundamentais para iniciar os Planos. Nem sempre os cidadãos são ouvidos e muitas decisões são tomadas sem considerar o que realmente importante para esta ou aquela cidade, por exemplo”, afirma o presidente do Crea pernambucano.
Ibá e Pita chamaram a atenção para o atraso com que ações definidas como necessárias, demoram a se concretizar no Brasil.
“As vítimas do morro do Pumba, no Rio de Janeiro, perderam suas casas e muitas sem opção voltaram a se instalar no local embora seja impróprio para moradia; as pessoas atingidas pelas enchentes nas grandes cidades e o resistente nordestino que enfrenta a seca precisam de uma ação vigorosa do governo e de entidades que traduzam não só suas necessidades mas a urgência com que precisam ser atendidos”, afirmam.
“Enquanto debatemos no Fórum, os estudantes de Porto Alegre foram para a rua reclamar da qualidade do transporte público e com os gastos incontroláveis gerados pela Copa do Mundo. A juventude está consciente de que as lideranças precisam se sintonizar com as ruas sob pena dos protestos se multiplicarem em série como aconteceu em junho do ano passado”.
Do Fórum Sul de Reforma Agrária participaram entidades como a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural; Confederaçao Nacional dos Bispos do Brasil; Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Federação Gaúcha de Moradores, além de educadores e profissionais das áreas de geografia e arquitetura.
Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea