Adriano Lucena destacou que “olhar para o futuro requer que conheçamos o nosso passado para mudarmos essa visão de não planejar, de não valorizar a Engenharia”
Um assunto cada vez mais preocupante é o risco associado ao período de chuvas em Pernambuco. Nesta segunda-feira (03), o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, participou de uma live com essa temática, promovida pelo Programa ‘Engenharia & Desenvolvimento’ e transmitida pelo Youtube do Canal Arte Agora. Além de Lucena, participaram do debate o diretor de engenharia da Sec. Executiva de Proteção e Defesa Civil do Estado, Marcelo Lima Silva; e o engenheiro de pesca socioambientalista Bruno Pantoja, com apresentação de Alexandre Santos.
Durante o encontro, o representante do Crea-PE enfatizou a importância de conhecer o passado para evitar a atitude de apenas reagir aos problemas à medida que surgem. Lucena lembrou da enchente ocorrida na Mata Sul de Pernambuco e do projeto de fazer cinco barragens na região, o que não aconteceu. “Passados 14 anos, nós só temos uma barragem concluída das cinco que foram prometidas”, disse.
O presidente do Crea-PE também destacou a necessidade de um planejamento robusto e de investimentos em infraestrutura e habitação, especialmente para aqueles que vivem em áreas de risco. “Nós temos um déficit habitacional gigantesco. As pessoas que moram em áreas vulneráveis não moram lá porque querem, mas porque é a única opção de moradia. Então, precisamos construir mais e garantir que as pessoas estejam próximas de escolas, creches e locais de trabalho,” pontuou.
Lucena concluiu ressaltando a importância das engenharias no desenvolvimento das cidades. “Precisamos mudar esse caminho de minimizar os riscos que nossas cidades correm. As engenharias podem e devem contribuir com essas soluções, que envolvem drenagem, educação e as futuras gerações. A Engenharia promove o bem-estar coletivo,” argumentou.
Marcelo Lima Silva, representante do governo estadual, alertou para o uso da Engenharia, principalmente no interior. “Boa parte dos recursos que foram repassados para os municípios nos últimos anos não foram utilizados. O último PAC foi pouco executado e eu acredito que um dos motivos é a falta da engenharia no cargo efetivo das prefeituras. Os municípios também precisam se preparar e é partir da engenharia que vamos conseguir isso”, detalhou.
Bruno Pantoja afirmou que regiões próximas à linha equatorial terão índices pluviométricos mais elevados e defendeu o papel crucial da engenharia na implementação de ações eficazes nas cidades. “94% dos municípios brasileiros sofreram consequências diretas da crise climática. Com a vulnerabilidade atual, é essencial que a engenharia esteja presente na execução das políticas públicas,” concluiu Pantoja.
O debate permanece gravado no canal do Youtube. Para assistir, basta acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=jAKtaqEVGWs