Na última quinta-feira (29), a diretoria do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva de Pernambuco (Sinaenco-PE) foi recebida pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Adriano Lucena, para discutir melhorias na Engenharia Consultiva e desburocratizar processos, qualificando a prestação de serviços para profissionais e empresas.
De acordo com Mirtes Macedo, presidente do Sinaenco-PE, a ideia é pleitear quatro pontos que fazem parte da chamada pauta curta da entidade. O primeiro deles é a seleção das empresas por meio de processo que valorize a qualidade, se utilizando a prerrogativa de técnica e preço. “Atualmente, Pernambuco é um dos poucos Estados que ainda licitam pela modalidade de menor preço e pregão, que são semelhantes. A única diferença de uma modalidade para a outra é que no pregão não sabemos quem está do outro lado”, explicou.
O segundo item da pauta se refere à alteração no modo de medição e pagamento que hoje é global e unitário, deixando para trás o atual modelo de preço por produção. A terceira reivindicação é para que haja mudança na construção de uma nova tabela com a substituição dos preços e demais itens desatualizados. A tabela foi criada pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Mirtes afirmou, no entanto, que o próprio Dnit não utiliza mais a tabela.
O quarto e último item da pauta trata dos fatores orçamentários, que são as despesas fiscais pagas pelas empresas contratadas que, diante do pagamento de taxas altas de impostos e pessoal, não têm lucro real compatível com a atividade oferecida.
A presidente do Sinaenco-PE avalia que essas situações contribuem para o desinteresse de muitos jovens em ingressarem nos cursos das Engenharias. “Estamos iniciando um trabalho de conscientização, mostrando que a atividade é de suma importância, a julgar pelo fato de que o simples movimento de sairmos e voltarmos para as nossas casas envolve a Engenharia, assim como na produção dos veículos, nos projetos e manutenção de estradas, na energia pública.
“Se você prestar a atenção, todos os setores foram paralisados exceto as atividades das áreas de saúde e a Engenharia, que esteve à frente das obras dos hospitais de campanha e em tantas outras atividades inerentes à profissão. Sentimos e vemos que com o atual modelo não só a Engenharia Consultiva está perdendo, mas tambpem todas as outras áreas, de um modo geral”, declarou.
Para que as mudanças discutidas possam avançar, Mirtes explica que estão sendo agendadas visitas a secretarias estaduais. Uma delas acontecerá nesta segunda-feira (1º), na Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco, com a secretária da pasta, Fernandha Batista. O encontro terá a participação do presidente do Crea-PE, Adriano Lucena.
“Espero que tenhamos um retorno diferente do que tem sido dado a essas propostas há mais de cinco anos. Consideramos que a retomada do processo, junto a um órgão com a importância do Crea-PE, trará resultados promissores”, afirmou Mites, chamando atenção para o fato de que todo o esforço está sendo feito de forma a valorizar a Engenharia em todas as suas abrangências, sem distinções entre a Engenharia Consultiva e a Engenharia de Obras.
