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Palestras são destaque na manhã do segundo dia do CEP-PE

DSCN1181No segundo dia de trabalho do 9º Congresso Estadual de Profissionais (CEP-PE), a mesa dos trabalhos foi composta pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Evandro Alencar, o coordenador da Comissão Organizadora Regional (COR-PE), Plínio de Sá e pelo palestrante convidado, ex-presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo. Desfeita a mesa, o coordenador Plínio de Sá deu início à leitura do Regimento do 9º CEP.

Aberto o espaço para discussão das cláusulas do Regimento, foi pedido pelaDSCN1199 conselheira Eloísa Basto Amorim, e aprovado por unanimidade, que o credenciamento e as inscrições, antes com horário estabelecido até às 9h, fossem postergadas até às 10h30.

Em seguida houve a eleição do secretário Geral do 9º Congresso, tendo sido aprovado por unanimidade, o nome do conselheiro e membro da COR-PE, Audenor Marinho de Almeida, representante da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pernambuco (AEAPE).

IMG_1902Ao engenheiro Marcos Túlio de Melo, coube à conferência sobre o eixo temático Carreira e Prerrogativas da Engenharia e da Agronomia. Para falar sobre o tema, o engenheiro fez um comparativo com as perspectivas do ano de 2010 e a realidade atual, no que se refere às questões que abrangem a qualidade da formação profissional. Para ele, há de haver uma discussão ampla que envolva o Conselho Nacional de Educação ou o Ministério da Educação e Cultura (MEC), onde sejam discutidos os conteúdos das grades curriculares dos cursos das áreas tecnológicas. “Já temos elementos suficientes para sabermos que a graduação por si só, não é suficiente para garantir o exercício das nossas profissões”, disse, exemplificando “na China, em 2010, apenas 120 profissionais alcançaram o nível máximo de atribuições concedidas ao profissional da área tecnológica”.

Ainda segundo Marcos Túlio, já em 2010, o então senador Cristovam Buarque, defendia que a certificação do diploma tivesse validade de cinco anos. Sobre a atual conjuntura político econômica do País, o ex-presidente mostrou dados de que a crise da previdência privada ainda não é tão grave. “Poderá ser no futuro, mas ainda não se configura como irreversível”, disse mostrando gráficos e acrescentou, com uma visão bastante otimista que “ainda que queiramos pagar toda a nossa dívida com o comércio exterior, teremos sobra financeira”.

“No entanto, o nosso maior problema consiste na crise política e ética. Não é a situação do País que está em discussão, mas sim, a estrutura politica que, em todos os níveis está podre. O executivo tem que trocar favores para aprovar alguma proposta. Além disso, têm as questões dos juros, improvisações, descredito do País e do governo em nível mundial, entre outros”, disse Túlio de Melo.

Apesar de todos os pontos negativos avaliados pelo palestrante, ele ainda apontou o clima, território, quantidade de água doce, como grandes oportunidades a favor do Brasil. “Precisamos retomar o crescimento com conquistas sociais asseguradas. Resgatar autoestima e esperança, promover reforma política do País, reformular o Sistema para ter reconhecimento social, preservar os empregos e as pessoas jurídicas para garantir o desenvolvimento das nossas estruturas produtivas. Defender a perspectiva do futuro, perspectiva de carreira das profissões que estão ligadas ao desenvolvimento do nosso País”, concluiu Marcos Túlio de Melo.

DSCN1210Depois de responder algumas perguntas, o palestrante recebeu do presidente Evandro Alencar, os agradecimentos por ter participado do evento e foi presenteado com brindes da Mútua pelo diretor Geral, Augusto Nogueira.

Em seguida foi a vez da Engenheira Química e Secretária de Ciência, Tecnologia eDSCN1240 Inovação de Pernambuco, professora Doutora Lúcia Melo falar sobre o tema do eixo B que é relacionado à Tecnologia e Inovação. Diferentemente do palestrante anterior a secretária acha que estamos muito aquém de outros países, acha que participamos pouco do mercado tecnológico. “Temos muito que nos orgulhar pelo conjunto de conhecimento que temos. No entanto, precisamos melhorar muito. Temos graves deficiências no conhecimento de Matemática e Ciências. Nos testes aplicados numa pesquisa, os alunos resolvem pouquíssimas questões dessas duas áreas”, exemplificou.

Com relação ao Brasil, a secretária apontou o baixo nível de escolaridade e a deficiência no aprendizado da Matemática e da Ciência como pontos importantes quando se verifica que de cada 10 mil habitantes, apenas 3,3% são concluintes dos cursos de Engenharia.

Concordando com Marcos Túlio, Lúcia Melo também é da opinião de que não só a graduação é suficiente para atender as demandas do mercado atual. “Novas habilidades e talentos são requeridos. É necessário que se desenvolva mais habilidades para os trabalhos ofertados”, explicou.

Lúcia Melo apontou também outras causas para a posição que o Brasil ocupa em termos de maturidade profissional com relação a outros Países. “O surgimento de novas profissões, a extinção de postos de trabalho e a criação de novas, formata uma nova geografia do emprego. Para acompanhá-la é necessário que haja capacitação permanente. As desigualdades regionais fazem com que os desafios causem impactos diferentes nas cidades e essas desigualdades poderão ser intensificadas pela capacidade ou não de formar profissionais para os novos desafios que surgem”, afirmou.

Ainda de acordo com a secretária, é importante mantermos a bandeira do otimismo acreditando que Pernambuco e o Brasil têm condições de gerar estratégias de transformação baseada numa política de conhecimento localmente inspirada e globalmente conectada.

DSCN1266Para a abordagem do tema relacionado com o terceiro eixo do Congresso, Defesa e Fortalecimento da Engenharia e da Agronomia Junto à Sociedade, o vice-presidente da Fisenge, o engenheiro eletricista Roberto Freire, fez uma retrospectiva desde o governo de Getúlio Vargas, passando pelas implementações que ele fez no que se refere às questões trabalhistas e à valorização dos engenheiros brasileiros quando da substituição dos engenheiros estrangeiros que atuavam fortemente no País. Roberto também criticou a concentração da base do desenvolvimento e dos incentivos para o ensino da Engenharia terem sido feitos, quase que totalmente, nos eixos Sul e Sudeste.

 

Assim como o primeiro, os dois últimos palestrantes também receberam osDSCN1254 DSCN1271   agradecimentos do presidente Evandro Alencar que fez referências elogiosas aos conteúdos apresentados e também foram presenteados pela Mútua.

Dilma Moura

ASC do Crea-PE

 

 

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