Crea-PE

Lançamento de Um Projeto para o Brasil marca edição especial do Terça no Crea

A noite da terça-feira (08.09), poderá constar na história do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), como um divisor de águas para a história do órgão e do País. Foi feito o lançamento da agenda de “Um Projeto para o Brasil”, que passa a fazer parte do Programa Terça no Crea, em formato Webinar. A iniciativa do Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Crea-PE toma forma a partir das contribuições dos renomados profissionais das Engenharias, Agronomia e das Geociências que compõem o Comitê criado na atual gestão.

O evento on line, contou com a participação do presidente do Crea-PE engenheiro civil, Evandro Alencar, do membro do CTP e moderador do evento, engenheiro civil, João Recena, da economista Tânia Bacelar que abriu a série de palestras e, como moderador, o também membro do CTP e Agrônomo, Geraldo Eugênio.

Na fala de abertura, o presidente Evandro Alencar disse que o projeto conta com pessoas importantes que se uniram na criação de um projeto que dará a sua contribuição, nesse momento delicado que o mundo enfrenta, com o desafio de se reinventar na maneira como tudo foi feito até agora.

Para passar a palavra à economista Tania Bacelar, João Recena afirmou que o projeto irá discutir e planejar um projeto para o Brasil que além das questões técnicas contemple as políticas públicas. Segundo o moderador a data de abertura da série de Webinars, um dia após as comemorações do 7 de setembro, que comemora a independência do Brasil, levou a uma reflexão sobre em que país estamos e qual país queremos construir para os filhos e netos nas próximas gerações.

A palestrante Tânia Bacelar iniciou a sua fala dizendo que antes de se pensar num projeto nacional, há de se analisar as heranças e os desafios futuros, já que em sua opinião, as nossas heranças de colônia e os desafios do futuro são pontos importantes para os 4 itens que defendeu como necessários nessa construção que são: Soberania Nacional; Democracia; Solidariedade e, a Sustentabilidade Econômica dialogando com a Sustentabilidade Ambiental.

Na defesa dos pontos que chamou de pilares, considera que tivemos uma sociedade plantada com base na injustiça social, onde a herança colonial de exploração deixou marcas emblemáticas. “Os nossos colonizadores exploraram as nossas riquezas como pau brasil, ouro e cana de açúcar, e nos conduziram a um modelo econômico centralizado. Que tem como o seu maior símbolo, a escravidão. Nos Estados Unidos atuaram os colonizadores de povoamento que tinham como objetivo ocupar o território com um plano de desenvolvimento para o futuro, onde a economia era descentralizada”, afirmou.

Sobre a soberania, defendeu a criação de planos que valorizem a atual formação geopolítica e a independência política do país que, para Tânia Bacelar são condições necessárias já que “indiscutivelmente é soberano quem tem autonomia”, defendeu.

Com relação à democracia e à solidariedade a economista acredita que é o caminho para que todos possam sonhar igual e que as relações, principalmente, na política possam ser de interesse de todos. Sobre o 4º e último ponto sustentabilidade econômica e ambiental, foi enfática em dizer que “a natureza está nos dando sinais de que tudo está se exaurindo e precisamos rever nossa relação com o uso de recursos naturais.

Também destacou que o caminho da mudança, é a educação, acrescentando que “enquanto houver escolas diferentes para pessoas diferentes, não alcançaremos um projeto nacional. No mundo atual a educação é a herança da nossa nação”.

Fortalecendo as colocações de Tânia Bacelar, Geraldo Eugênio, moderador, defendeu que projetos bem sucedidos como a EMBRAPA que trabalha com foco na alimentação das populações são capazes de contribuir com uma mudança no Brasil, considerando como pontos positivos para isso, as boas relações que temos com os países que fazem fronteira conosco e a nossa localização quanto aos Estados Unidos, Rússia e China, que dada a distância, influenciam menos em nossa dinâmica e que ainda assim, se houver um diálogo como nação independente, poderão deixar de nos ver como ameaça e entender que somos complementares e defendeu veementemente que “ tem maior soberania aquele país que domina o conhecimento”.

Apesar de se falar das mazelas e das desigualdades, Geraldo Eugênio disse que nos últimos 40 anos, foram realizadas mudanças muito importantes no Interior Pernambucano, como redução do número de mortes de mulheres em partos, melhoria das habitações, entre outros, mas disse que todos “pecamos, que certamente fazemos menos do que podemos para que haja mais respeito pelas diferenças”. Disse ainda que há prognósticos de que em 2050 o Brasil será o 5º país mais rico do mundo.

“O Brasil tem tudo para dar certo. Precisamos ser justos com a forma como analisamos a nossa Nação e nos unirmos para fazê-la mais justa, com mais civilidade e solidariedade. Assim chegaremos aonde pretendemos”, concluiu.

Após as palestras foi aberto espaço para perguntas, interatividade. Por fim todos agradeceram ao convite, agradeceram ao presidente Evandro Alencar e aos internautas.

Em setembro, serão desenvolvidos 03 temas, da série “Um Projeto para o Brasil”, com convidados diferentes. No próximo Terça no Crea, dia 15.09, será promovido o tema: “Com base em que modelos de Estado e de Economia construiremos um país mais próspero? ”, com palestra do economista Jorge Jatobá.

A partir de outubro, os eventos serão quinzenais, intercalando temas do Um projeto para o Brasil, com agendas técnicas do Terça.

Pular para o conteúdo