O projeto Terça no Crea desta semana (06.10) apresentou, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), o tema Reforço de Estruturas Afetadas por Reação Álcali-Agregado (RAA) – Monitoramento de um Caso de Obra, que foi ministrado pelo engenheiro civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Mestre pela COPPE/URFJ e Projetista e Consultor da Engedata, José do Patrocínio Figuerôa. O palestrante explanou sobre a reação química que se processa dentro do concreto, entre o álcalis do cimento, areia e brita, ocorrendo a expansão, principalmente com a presença da água.
O processo de reação que pode durar de 50 a 60 anos, anteriormente era observado em barragens, porém, nos anos 2000 foi identificado na fundação da Ponte Paulo Guerra, no Recife, capital pernambucana. Nesta época ficou evidente que poderia aparecer nos prédios residenciais e um estudo foi iniciado. O passo a passo do entendimento do comportamento foi feito através de pesquisas de trabalhos publicados em vários países. A avaliação que o papel da água residual no interior do concreto pode desempenhar no desenvolvimento da expansão, foi observado pelos resultados de gráficos em laboratórios, a partir de processo acelerados como a perda de características mecânicas, efeitos da tensões confinantes e consequências sobre as armaduras.
José do Patrocínio falou ainda que um bloco com RAA poderá perder 30% de sua resistência e que um modelo de reforço foi concebido na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pelo aumento das áreas de bielas através de ensaios de blocos, chegando a uma resposta para os problemas na Engenharia em Pernambuco. A edição da Norma Brasileira de RAA, a Norma Técnica da Reação Álcali-Agregado (NBR 15577:2008) cita a nossa Engenharia nas suas referências bibliográficas.
O evento foi encerrado com a aplicação de um caso de obra, o reforço e monitoramento apresentado num esquema de instrumentação, impermeabilização de blocos e supervisão de um projeto há 9 anos.