Na tarde deste sábado (30), a palestra sobre Interação entre o Conselho Nacional de Educação e o Sistema Confea/Crea e Mútua, feita pelo engenheiro de pesca Vanildo Souza de Oliveira, foi o primeiro ponto da programação do 1º Seminário de Lideranças Regionais, realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), no Bonito Plaza Hotel, na cidade de Bonito (PE).
Para abordar a questão, o engenheiro elencou quatro eixos temáticos: diretrizes curriculares, harmonização de nomenclaturas de cursos, ensino à distância e revalidação de diplomas.
A discussão tem origem a partir da criação desenfreada de cursos que, quando concluídos, ficam sem poder ser registrados porque não tiveram as atribuições previamente discutidas. Para o engenheiro é importante que o Sistema Confea/Crea e Mútua seja envolvido no processo de abertura de novos cursos desde o primeiro momento. “É importante que o Confea possa opinar quanto ao conhecimento mínimo que cada profissional deve ter para obter o título da graduação”, defende o palestrante.
Vanildo Souza disse ainda que, apesar de algumas vezes profissionais do Sistema fazerem avaliação de cursos por solicitação do Conselho Nacional de Ensino (CNE) e do Ministério de Educação e Cultura (MEC), não há nenhum retorno das avaliações e das contribuições feitas. Esse descompasso acaba tendo como consequência a impossibilidade de registrar determinados cursos. “Mesmo que sejamos contrários ao registro profissional, em algum momento seremos obrigados pela justiça a registrar e conceder ao profissional título e atribuições. No entendimento jurídico, o estudante não pode ser penalizado”, afirmou Vanildo de Oliveira.
Para o engenheiro, a solução de toda a problemática envolvida na questão pode ser mais viável se houver discussão em todos os Creas do que tem sido debatido em nível nacional por outros órgãos. “Não adianta criar cursos e só depois ouvir o Confea”, defendeu Vanildo Souza, sugerindo que o Crea-PE realize reuniões com todos os coordenadores dos cursos tecnológicos ministrados pelas entidades de ensino do Estado. “É importante que haja a integração do Confea com o MEC para que se tenha discussão prévia do projeto político pedagógico para dirimir a questão do título profissional antes da criação dos cursos”, fala Souza.
Como forma de melhorar a qualidade técnica dos futuros profissionais das áreas tecnológicas, Vanildo Souza defende que haja o estímulo para o aprendizado de disciplinas como Matemática e Física, ainda no segundo grau, e a possibilidade dos alunos universitários estagiarem dois semestres em empresas da sua área de atuação.
Na palestra, Vanildo Souza reforçou ainda a necessidade de discussão sobre o grande número de títulos profissionais existentes, o aprimoramento e a melhoria da fiscalização das aulas presencias e dos laboratórios de aulas práticas dos cursos à distância, além do caráter de reciprocidade de condições e exigências quando das revalidações de diplomas.
Dilma Moura
ASC do Crea-PE