Adaptação do livro do sociólogo, que foi escrito em 1937, na forma de ensaio, foi adaptado para história em quadrinhos no livro “Nordeste: uma visão em quadrinho da Civilização do Açúcar”
O desafio de transformar um livro, escrito em 1937, por Gilberto Freyre, em uma história em quadrinhos foi encarado pelo jornalista Beto Beltrão, durante cinco meses. O resultado pode ser conferido na obra “Nordeste: uma visão em quadrinho da Civilização do Açúcar”. A publicação faz uma releitura do livro do ilustre sociólogo pernambucano em uma versão em linguagem atual e moderna.
O livro é uma realização conjunta do Crea-PE com a Fundação Gilberto Freyre e tem o patrocínio do Confea e da Copergás. O lançamento acontece no dia 7 de dezembro, a partir das 17h, na Fundação Gilberto Freyre, na Rua Jorge Tasso Neto, s/n, portão dois, Apipucos. O evento é aberto ao público, numa oportunidade de prestigiar essa ilustre personalidade pernambucana tão à frente de seu tempo.
Coordenador do projeto, Beltrão ficou responsável pela pesquisa do livro de Freyre. Ele conta que já conhecia o universo do escritor e fez uma leitura detalhada, para conhecer a obra a fundo. Fez um trabalho de decupagem, e destacou os principais pontos que precisavam ser ressaltados no HQ.
Beltrão explica que o processo de adaptação consistiu em casar o pensamento original do autor com as imagens, tentando ser o mais fiel possível ao texto. O roteiro ficou sob a responsabilidade de André Balaio. Um dos obstáculos para roteirizar a HQ era o formato do livro. Nordeste é um ensaio e não uma história com narrativa contínua, segundo explica Beltrão.
Outro desafio foi criar elementos que traduzissem o pensamento de Freyre para a linguagem contemporânea. “Criamos um pedaço de ficção dentro da história, com balões, para cativar e criar empatia com o leitor”, explica.
Para dar mais leveza à história, Beto Beltrão contou com o traço do quadrinista Luciano Félix, que tomou referências no cordel e na xilogravura. “O quadrinho tem o potencial de trazer o conteúdo de forma mais amigável”, observou. O livro passou ainda pelas mãos do professor da UFPE Fábio Paiva, especialista em quadrinhos na educação. Paiva foi o responsável pela revisão crítica do trabalho.