Inspetoria Regional de Garanhuns é formada apenas por engenheiras, numa ação inédita até então no Conselho pernambucano
Um ambiente de trabalho onde não fosse necessário provar a todo instante que se sabe o que está fazendo, equidade nas vagas de emprego e salário, além de ser vista como profissional capaz de assumir uma liderança. Esse é o cenário traçado pelas engenheiras Beatriz Leal (civil), Monnykhe Lorena de Oliveira Melo (de alimentos) e Grazielle Bernardo (agrônoma), ao definir o mercado de trabalho ideal para as profissionais engenheiras.
As três compõem a inspetoria sediada em Garanhuns do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) e sabem na prática que este mercado que elas idealizam está sendo conquistado aos poucos, mas bem longe ainda da realidade. Para auxiliar na construção deste mercado igualitário para as mulheres, o Crea, pela primeira vez na sua história, montou uma inspetoria formada apenas por inspetoras.
Além do protagonismo feminino, a gestão apostou na diversidade das modalidades da engenharia. A palavra de ordem é representatividade. A gestão traz para a prática o discurso de inclusão. “Quero aqui parabenizar Beatriz, parabenizar Grazi, parabenizar Monnykhe por estarem conosco na Inspetoria Regional de Garanhuns fazendo um belo trabalho”, felicita o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Lucena destaca: “A formação desta inspetoria vem mostrando que, na nossa gestão do Crea, a participação da mulher acontece de forma efetiva, direta e com brilhantismo.”
“Fica aqui o registro da nossa satisfação e, acima de tudo, o reconhecimento desse trabalho que está sendo feito de forma muito profissional e assertiva por estas três mulheres engenheiras: Beatriz, Monnykhe e Grazi”, reforça o presidente do Crea-PE. O sentimento de responsabilidade, privilégio e reconhecimento é comum às três. Juntas, são responsáveis por atender as demandas dos profissionais de 24 municípios do Agreste: de Angelim, Bom Conselho a Lajedo, Quipapá, São Bento do Uma e Terezinha.
“Me tornar engenheira, estar como Inspetora em uma Inspetoria composta 100% por mulheres é uma conquista, mas acima de tudo é um ato representativo. É uma honra ser pioneira e poder dizer para outras mulheres que sim, é possível. Não desistam”, reforça Grazielle Bernardo.
“A representatividade é muito importante. É preciso reconhecer no trabalho da outra a possibilidade de ser e fazer o que quiser. E o apoio é muito importante, o acolhimento e o incentivo”, assegura Monnykhe Lorena. “Juntas, somos capazes de muitas conquistas. A troca de experiência e o acolhimento são essenciais nessa caminhada”, pontua Beatriz Leal.