Eleita em 05 de maio de 2022, a presidente da Associação dos Geólogos de Pernambuco (AGP), geóloga Lília Albuquerque, é uma das muitas profissionais que comemoram o Dia do Geólogo, hoje, 30 de maio.
A gestora tem como planejamento à frente da entidade de classe firmar parcerias com o objetivo de promover palestras e cursos para os geólogos, em especial, para os recém-formados. “Quando saímos da universidade desconhecemos não só a prática, mas, grande parte das atividades que fazem parte das nossas atribuições, como as atividades inerentes à Geotecnia, que tem como finalidade o estudo dos solos, a exemplo de morros, barreiras e áreas de risco, a partir de monitoramento com uso de radares e outros equipamentos”, explica a presidente da AGP.
No Dia do Geólogo, apesar das dificuldades no mercado de trabalho e, de forma geral, na economia mundial, a categoria tem motivos para comemorar. “Na contramão do que ocorreu em outros setores, a pandemia foi responsável pela falta de insumos minerais, o que impulsionou a recontratação de muitos profissionais que tinham sido demitidos. Nessa mesma linha, as novas diretrizes sobre a política nacional de segurança de barragens de mineração também expandiram o mercado de trabalho para atuação dos geólogos”, comemora Albuquerque.
Numa análise mais apurada, Lília Albuquerque entende que a baixa adesão de profissionais à associação se dá em virtude dos recém-formados não terem noção da importância de juntos lutarem pelos direitos da categoria. “Não saber o que faz um geólogo é muito sério, inclusive, num campo tão competitivo. Muitas atividades da Geologia podem ser exercidas pelos engenheiros de minas e outras. É fácil ver um engenheiro de minas defender os seus interesses num impasse quanto às atribuições e os geólogos, ao contrário, além de não se defendem, não o fazem por completa falta de conhecimento”, lamenta.
Para resolver problemas dessa natureza e outros que têm como base a inexperiência para ingressar no mercado e a falta de conhecimento do que já deveria ser esclarecido na academia, Lília Albuquerque quer aproximar gerações. “Quero trazer os profissionais experientes e grandes nomes da geologia de Pernambuco para junto dos mais novos, de modo que atuem como vetores de conhecimentos e experiências que possam situar melhor os recém-formados para que se apropriem das suas atribuições e das atuações que são próprias dos graduados em geologia”, observa.
A geóloga e presidente da AGP se declarou muito feliz com as parcerias que vem firmando com o Crea-PE. “Confesso que não esperava tanto apoio. O presidente Adriano Lucena sinalizou sobre a possibilidade de atuarmos conjuntamente no projeto Crea na Comunidade e em outras ações que vão garantir que possamos desempenhar trabalhos que fortaleçam a máxima de que a geologia não serve apenas às grandes mineradoras, sendo, antes disso, uma profissão voltada aos interesses da sociedade”, garantiu Lília Albuquerque.
Entusiasta da profissão, o professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Gorki Mariano revela a sua paixão pela geologia, explicando que a formação envolve grande conhecimento sobre a terra e os conceitos da sua criação, no sentido mais amplo da formação do planeta.
“Fico muito satisfeito em ter nossos egressos em mercados como os da Bahia e do Pará, onde atuam em grandes mineradoras, e por fazer parte desse contexto no processo de formação de recursos humanos, na UFPE, instituição que oferece o curso há 65 anos, sendo um dos primeiros do País”, confessou o professor Mariano.
Da mesma opinião que Lília Albuquerque, o geólogo e professor da UFPE Gorki Mariano defende que haja uma maior participação dos profissionais na entidade de classe para, como consequência, ter maior representação junto a órgãos como o Crea-PE, fato que fortalecerá a entidade de classe.
Para José Carneiro de Jesus Neto, geólogo há 14 anos, gostar do curso foi uma surpresa. Ele diz que ingressou na universidade pouco entusiasmado e que, aos poucos, com a ajuda dos professores que são muito dedicados à formação dos futuros profissionais, se apaixonou pela geologia. “Não me arrependo de ter me metido no curso. Hoje estou numa profissão da qual me orgulho muito pelos quadros, conhecimentos e retorno que podemos dar para a sociedade”.
Neto ainda atribui aos conhecimentos obtidos no curso, a oportunidade de trabalhar nas três esferas governamentais, de preservação e no trabalho de mineração, na esfera federal, onde atua hoje, além do agronegócio. Ele diz poder contribuir com tudo que se refere ao bem-estar da sociedade e ao crescimento do país.
Com a satisfação de quem representa a categoria em todo o estado, o presidente do Crea-PE Adriano Lucena, parabenizou aos geólogos elencando os vários serviços prestados por eles.