Encontro na sede provisória do Crea-PE nesta terça-feira (11) reuniu representantes de órgãos e entidades envolvidos com a questão dos prédios em risco
Os desabamentos recentes de prédios, com mortes, em Paulista e Olinda, levaram o Crea-PE a reunir vários atores envolvidos com a questão dos riscos de incidentes na Região Metropolitana do Recife para discutir saídas para o problema. O debate ocorreu nesta terça-feira (12), no Fórum Técnico Permanente de Políticas de Manutenção Predial, na sede provisória do Crea-PE.
O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, defendeu que a questão dos desabamentos e das ocupações em áreas de risco requer um compromisso do Conselho e dos demais integrantes do fórum em busca de soluções. “As pessoas colocam em risco suas próprias vidas para ter um lar. Esse é um debate que deve ser feito todos os dias e o Crea vai contribuir em busca da solução”, defendeu.
O fórum reuniu representantes da Defesa Civil do Estado e dos municípios do Recife, Camaragibe e Paulista; conselheiros do Crea-PE, gerências de Fiscalização e Manutenção, Inspetoria do Conselho em Paulista, do Itep, da Abenc-PE, e do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste. “Precisamos dar uma resposta à sociedade, para que evitarmos que essas situações se repitam, inclusive com óbitos”, afirmou o superintendente Técnico do Crea-PE, Nielsen Christianni.
O engenheiro Carlos Wellington, professor da UPE e pesquisador do Itep, afirmou que uma das saídas pode estar na a Medida Provisória 1162, do Minha Casa, Minha Vida, que permite emprego de recursos para melhoria de moradias existentes, incluindo o reparo de problemas de segurança das habitações. O professor participou do diagnóstico sobre os prédios tipo caixão realizado pelo Itep, nos anos 2000, que identificou 233 prédios com risco muito alto de desabamento e outros 2,5 mil com risco alto.
Os participantes do Fórum também apontam como caminho para evitar novos desabamentos, a busca de mecanismos legais, com apoio do Ministério Público, para acelerar judicialmente a resolução de questões referentes aos prédios em risco, seja para recuperação ou demolição.
Na reunião foi levantada ainda a importância de uma ação mais efetiva dos municípios para evitar novas ocupações em edifícios e áreas de riscos, além da retirada das pessoas que vivem em prédios sob risco de desabamento. “É necessário a responsabilização de quem trata do controle urbano”, afirmou o Major Marcelo Lima, diretor de Engenharia Proteção e Defesa Civil do Estado.
Stenio Cuentro, presidente da Abenc e conselheiro do Crea-PE defendeu a busca de soluções da engenharia, como ocorreu no caso do Edifício Holliday, em Boa Viagem. “O que é possível recuperar, deve ser reformado, se não for possível, deve ser derrubado. O Crea está disposto a entrar na luta da boa engenharia”, ressaltou.
Grupo define encaminhamentos das ações
Entre as ações definidas ao final do encontro estão vistoria técnica e detalhada e o levantamento das edificações, com o estado e grau de risco. O grupo tgambém propôs a elaboração de um plano de recuperação e reforço da estrutura, evitando a necessidade de demolição. Outra estratégia é incorporar as seguradas e o Ministério Público, Secretaria de Habitação e Controle Urbano na busca da solução para os prédios em risco n Região Metropolitana.
O Crea-PE deverá desenvolver um plano de Engenharia Público, envolvendo o gerenciamento de risco e atuar na educação da população, através de campanha educativa sobre do sobre a utilização e manutenção das edificações. “A sociedade quer muito mais do Conselho e o Crea-PE vai contribuir em busca dessa solução para os prédios que põem em risco a população.”, concluiu Adriano Lucena.