O setor tecnológico é fundamental para ajudar o Brasil a superar a crise que atravessa. A opinião é do secretário de Infraestrutura do governo do estado do Ceará, André Macêdo Facó, que, nesta sexta-feira (16), proferiu a palestra sobre “Infraestrutura: Estratégia para o desenvolvimento econômico” na 5ª reunião ordinária do Fórum de Presidentes de Creas do Nordeste, realizada no 8° andar do Crea-CE. “Em especial, a engenharia e a agronomia são determinantes nesse processo”, completou.
Na ocasião, o coordenador do Fórum de Presidentes do NE, do Sistema Confea/Crea, o engenheiro civil Evandro Alencar, lembrando que a reunião seria uma preparatória “para que apresentemos bons resultados no encontro nacional”, ou seja, no próximo Colégio de Presidentes do Sistema Confea/Crea, previsto para os dias 5 e 6 de outubro no Rio de Janeiro. Por sua vez, o segundo vice-presidente do Crea-CE, engenheiro mecânico Alberto Leite Barbosa Belchior, deu as boas-vindas aos presidentes e desejou trabalhos profícuos a todos.
O encontro foi aberto, oficialmente, com a palavra do presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), geólogo João César de Freitas Pinheiro. “Sabemos que a retomada do crescimento passa pela infraestrutura. Já fomos palco de várias crises e continuamos sendo a oitava economia do mundo, felizmente não somos mais uma Casa Grande e Senzala, apesar de ainda temos essa cultura”, observou, acrescentando que o Brasil conta com cerca de um milhão e meio de engenheiros e agrônomos, “com o papel de sugerir, apontar e colaborar para novos horizontes”.
Conjuntura e investimentos
Ao fazer um panorama da conjuntura econômica mundial, o secretário estadual André Facó fundamentou, em sua palestra, a importância da infraestrutura para a economia do país através de resultados apontados em pesquisas, sobretudo aquelas divulgadas pelo Fórum Mundial Econômico 2015/2016, em Davos. “A China, a maior economia do mundo em infraestrutura, investe 8,6% de seu Produto Interno Bruto nesse setor e não vive só para o mercado interno”, disse.
Dados do Fórum Mundial mostram que os países com melhor desempenho em produtividade investem em tecnologia. “Já o Brasil investe apenas certa de 2,2% no setor e o Ceará 3%, isso foi no ano de 2014, conforme as pesquisas”, informou.
O ranking da América Latina e Caribe confirma a estreita relação entre infraestrutura e economia. Nesta classificação, o Brasil encontra-se em sétima posição, sendo antecedido pelo Chile (primeiro lugar), Panamá (segundo) e Costa Rica (terceiro), vindo, a seguir, sucessivamente, México, Colômbia, Peru e Uruguai. “Também são pilares para esse ranking a educação e a macro economia”, disse, observando que os itens estão relacionados à qualidade de vida da população.
Formulação de parcerias
No que se refere à infraestrutura, o engenheiro e secretário de Estado destacou a construção de estradas, aeroportos, malha ferroviária e qualidade do suprimento energético. “Agora, o poder público sempre será incompetente para, por si só, promover o desenvolvimento econômico”, comentou, defendendo a formulação de parcerias e a divisão de papeis com a iniciativa privada para garantir serviços e melhoria na qualidade de vida. “Mas o poder público não pode, porém, deixar de ser transparente”, disse.
Comentou que a burocracia do setor público, por vezes, dificulta o alcance de melhoria na competividade. “Mas não estou falando que precisamos privatizar tudo, pelo contrário”, afirmou, propondo, ainda, uma definição clara entre as responsabilidades políticas e econômicas. “No engajamento entre os setores públicos e privados, é necessário equilíbrio, pois é preciso que evitemos o tecnicismo”, citou, ressaltando a importância das políticas públicas e o papel dos órgãos de controle do setor público também para o fortalecimento da cadeia produtiva.
O Ceará, ressaltou, é um estado sem tradição no que se refere à parceria entre o setor público e privado. Tanto é assim que a região registra apenas duas PPPs (Parceria Pública Privada). “O importante é que o dinheiro investido volte para o social”, defendeu ponderando, ainda, que as ações governamentais não devem ser baseadas no “achismo”, mas sim precedidas de planejamento. Por último, observou que a população precisa e dever ter participação em medidas voltadas para a infraestrutura, portanto para o crescimento econômico.
Do Crea-CE