Equipe foi até o local para levantar informações sobre o edifício e colaborar com as autoridades competentes
O Crea-PE esteve, na manhã desta sexta-feira (28), no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, onde parte de um edifício desabou, deixando três mortos, pessoas feridas e desaparecidas. Os fiscais do Conselho, juntamente com engenheiros representantes da Abenc-PE (Associação Brasileira de Engenheiros Civis de Pernambuco) e Ibape-PE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Pernambuco) foram até o local para levantar informações sobre o edifício e colaborar com as autoridades competentes.
Como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil ainda realizam o processo de resgate das vítimas, não é possível acessar as instalações da construção. A equipe conversou com as autoridades locais, prestou solidariedade às famílias das vítimas presentes e, agora à tarde, realizará uma reunião interna para analisar as informações coletadas e decidir quais providências podem ser tomadas.
“Estamos mobilizados desde o momento em que soubemos da triste tragédia. Nesta primeira etapa, estamos reunindo informações que possam subsidiar os órgãos competentes, para que possamos nos posicionar de forma mais adequada. Acompanhamos o trabalho dos Bombeiros e da Defesa Civil nesta manhã e ainda nesta sexta-feira (28) teremos reuniões para avaliar o cenário”, explicou o engenheiro civil e gerente de fiscalização do Crea-PE, Nailson Paceli.
FÓRUM PERMANENTE – O Crea-PE tem, desde 2022, um Fórum Técnico Permanente de Políticas de Manutenções Prediais e, a partir dele, busca promover a discussão sobre a importância da inspeção e manutenção das edificações, estejam elas ocupadas ou não. O grupo tem buscado uma articulação maior com as prefeituras, para a realização de ações coletivas no intuito de trazer mais celeridade aos processos judiciais que determinam a demolição em casos de imóveis que apresentam riscos.
“Sentimos ainda uma presença muito tímida das prefeituras neste fórum e é muito importante que elas participem. Neste momento, estamos, por exemplo, trabalhando na construção de uma proposta de alteração da legislação que trata de inspeções e manutenções, buscando um detalhamento maior, inclusive definindo atribuições e responsabilidades. Então é um espaço fundamental para a discussão de todas as questões referentes à inspeção e manutenção das edificações, da qual várias entidades participam, como o Ibape, a Abenc, e é necessária essa presença mais forte do poder público para que possamos encontrar soluções conjuntas para este problema”, avaliou o engenheiro civil Ivan Cunha, diretor suplente do Ibape-PE e gerente de Integração e Excelência do Crea-PE.
Para o engenheiro civil Stênio Cuentro, presidente da Abenc-PE e Titular da Câmara de Engenharia do Crea-PE, todos os instrumentos legais e técnicos estão disponíveis para direcionar as ações, desde as normas da ABNT que regem às construções até leis que determinam as inspeções e manutenções prediais. O que precisa, no entanto, é agir. “É de competência exclusiva dos municípios regulamentar a ocupação do solo urbano, o que inclui autorizar a construção ou demolição de qualquer edificação. Não cabe ao Crea ou a qualquer outra entidade fazer isso. Existe um relatório que diagnosticou a situação de mais de 6 mil construções feitas com a tecnologia caixão na Região Metropolitana do Recife e estamos, neste momento, reunindo essas informações para apresentar às prefeituras e cobrar um posicionamento”, garantiu.