Brasília, 21 de janeiro de 2014.
Presidente do Confea, José Tadeu da Silva, participa da reunião inédita com os gestores das comissões de Educação e Atribuição Profissional do país, em dezembro do ano passado |
Cursos como o de Engenharia Civil, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, e o de Engenharia de Produção Civil, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, estão entre os mais concorridos do país no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação. A padronização dos dados do programa, apresentada segunda-feira passada (13/1), também apontou que a Engenharia Civil e a Agronomia estão entre os 10 cursos com mais inscritos no país. E ainda: 13 das 20 notas de corte mais altas estão entre as modalidades ligadas ao Sistema Confea/Crea e Mútua, refletindo a tendência de fortalecimento da área tecnológica. Iniciativas como o encontro inédito de gestores das comissões de Educação e Atribuição Profissional de todo o país, em dezembro, no plenário do Confea, para discutir temas como o cadastramento de cursos e de instituições de ensino e o projeto que alterará a resolução nº 1.010, demonstram o esforço que o Conselho tem conduzido para contribuir com este processo de engrandecimento da Engenharia.
Com número recorde de inscrições, na casa dos 2,5 milhões de estudantes, o programa que gere a oferta de até duas opções de vagas universitárias para os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) revelou ainda um aumento proporcional entre o número de vagas ofertadas (32,54%, ou seja, 171.401 vagas no total) e o efetivo de estudantes interessados em participar da seleção (31,28%, ou seja, 2.559.987 inscritos, em um total de 4.998.206 inscrições, considerando a possibilidade de duas opções individuais), em relação ao ano passado. Dados que levaram o ministro Aluízio Mercadante a enaltecer a sistemática. “Pela primeira vez na história, o estudante pôde escolher entre mais de quatro mil cursos e 115 universidades em todos os estados. Antes, ele tinha de fazer vestibular por vestibular; hoje, faz um único exame. Quem tirou a melhor nota vai disputar as vagas. É um processo de acesso democratizado”, comentou durante a cerimônia de avaliação dos resultados. Iniciativas importantes do
Regionalização
Conselheiro Federal e coordenador da Ceap, José Geraldo Baracuhy: boas perspectivas para a Engenharia |
O Ministério da Educação registra ainda um aumento de 150% no número de municípios com vagas disponíveis, afirmando uma política de interiorização dos campi. Os estados com o maior número de vagas foram Minas Gerais (20.029), Rio de Janeiro (16.740) e Bahia (11.619), enquanto os estados com mais inscrições efetivadas foram Minas (616.419), Rio de Janeiro (479.496) e Ceará (357.938). Para o conselheiro federal e coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Confea (Ceap), engenheiro agrônomo José Geraldo Baracuhy, os números representam o avanço das metodologias de ingresso na Universidade. “Destaque-se ainda que pode ser feita uma leitura de um aumento da oferta de vagas nas universidades públicas brasileiras, consequentemente por esse aumento”.
Constata-se também que hoje a maior parte das vagas totais do Sisu está na região Nordeste (39,6%). Em seguida: Sudeste (28,1%); Sul (13%); Centro-Oeste (12,6%) e Norte (6,7%), região que possui, no entanto, a maior relação candidato X vaga: 44,97%. Já o Centro-Oeste, é a região com menor concorrência. “Esses dados representam que a interiorização das universidades públicas ocorreu em todo país, em particular no Nordeste. Uma leitura inversa pode ser feita para a região Centro-Oeste. O fato de a região Sudeste ter uma maior concorrência é também fruto de uma maior população de candidatos para as universidades”. O conselheiro federal também afirma que há uma procura significativa por cursos noturnos, o que significa que esse grupo normalmente é de trabalhadores, que procuram uma melhor qualificação em horário fora do expediente de trabalho. “Por sua vez, esses cursos noturnos, em sua maioria, é da área de humanas, tipo Pedagogia, Administração”, pondera.
Cursos tecnológicos
A maior parte das inscrições (3.288.092) se refere ao grau de bacharelado, tendo sido registradas 451.744 inscrições para o grau tecnológico. As inscrições por curso registram a predominância da Administração, Direito, Pedagogia, Medicina, Educação Física, Ciências Biológicas e, em seguida, Engenharia Civil, com 130 mil inscrições. Observou-se também uma procura significativa pela Matemática. Além desses dados representativos para a área tecnológica, a Agronomia registrou mais de 104 mil inscrições, o décimo curso mais procurado.
“O aumento da procura para os cursos tecnológicos é fruto de uma realidade de mercado, não só no Brasil. Soma-se que esses cursos têm uma carga menor que os bacharelados, portanto com conclusão mais rápida. As inscrições para o curso de Agronomia, em torno de 105 mil inscrições, também são fruto da demanda em um país que tem no agronegócio, uma pilastra da sua economia e sendo o Brasil uma referência mundial na produção de alimentos”, afirma o engenheiro agrônomo.
Encontro dos gestores das Ceaps |
Dos cursos com 100% das vagas no Sisu, os de Engenharia Civil e de Engenharia de Produção Civil, respectivamente, dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (4º, com 157,91 candidatos/vagas) e Pernambuco (6º, 148,03 candidatos/vagas) estão entre os mais concorridos do país. Por fim, o Sisu registrou que 13 dos 20 notas de corte mais altas para ampla concorrência pertencem à área tecnológica: Engenharia Naval; Engenharia Aeronáutica; Engenharia Aeroespacial; Engenharia Naval e Oceânica; Engenharia de Computação e Informação; Engenharia Mecânica Aeronáutica; Engenharia Eletrônica e de Computação; Engenharia (Ciclo Básico); Engenharia Nuclear; ABI – Engenharia; Engenharia Biomédica; Engenharia Elétrica – Sistemas de Potência; Engenharia Mecânica Naval e Engenharia Elétrica – Robótica e Automação Industrial.
Na visão do conselheiro federal José Geraldo Baracuhy, o aumento da procura por cursos de engenharia, e consequentemente das notas de corte, se alinha com a necessidade de engenheiros para as novas políticas públicas de infraestrutura brasileira. “O Brasil tem deficiência significativa em portos, aeroportos, ferrovias, autoestradas, energia etc. Esse mercado é um estimulo para os estudantes, em saber da existência de empregos na oportunidade de conclusão do curso”. O coordenador da Ceap registra ainda que o saldo para o ensino universitário brasileiro é “positivo”, considerando que, para fazer parte do Sisu, o curso tem de ter nota mínima de 3, em uma escala de 1 a 5. “O que podemos traduzir em uma melhora na qualidade do ensino universitário”.
Henrique NunesEquipe de Comunicação do Confe