Geólogo Waldir Duarte Costa, aos 83 anos, e Irajacira Beltrão Silva, representando o marido, o engenheiro civil Hermínio Filomeno da Silva Neto, foram os homenageados desta edição
Uma manhã marcada pela emoção e reconhecimento. Assim foi a entrega da Medalha ao Mérito, uma honraria conferida pelo Sistema Confea/Crea e pela Mútua, nesta sexta-feira (23). O geólogo Waldir Duarte Costa, aos 83 anos, e o engenheiro civil Hermínio Filomeno da Silva Neto (in memoriam) foram os contemplados. Eles foram escolhidos pelas contribuições ao desenvolvimento econômico, cultural, acadêmico, científico, técnico, classista, político, ambiental, ético ou social do país.
“Só tenho a agradecer ao Sistema Confea/Crea. Isso representa um prêmio pelo meu esforço, meu trabalho, minha vida profissional durante quase 60 anos”, ressalta Waldir. Ele não tinha a geologia como primeira opção profissional, até porque o curso ainda não existia no Brasil quando ele ainda estava no ensino médio. Sua pretensão era ser médico, mas o fato de não sentir-se confortável com sangue o fez desistir. A decisão coincidiu com a chegada do curso a Pernambuco e sabendo que a geologia era vista como uma profissão promissora, resolveu apostar na novidade. Uma escolha que não se arrepende nenhum segundo de sua vida.
Sua paixão pela geologia foi inspiração para o filho Waldir Duarte Costa Filho, que seguiu os passos do pai. Waldir Filho, que ocupa o cargo de conselheiro federal do Confea, teve o privilégio de entregar ao pai a premiação. “É um prazer estar presente nesta solenidade, em especial nesta em que meu pai é homenageado”, destacou o conselheiro.
Irajacira Beltrão Silva, viúva de Hermínio Filomeno da Silva Neto, era só emoção na cerimônia de entrega da medalha ao marido, falecido em 2019, aos 60 anos. Irajacira lembrou da carreira de Hermínio, que entrou na universidade muito jovem, mas demorou a se formar porque precisou parar várias vezes os estudos para trabalhar. Quando ele se formou, foi na época em que conheceu Irajacira, ela então estudante de matemática.
A paixão de Hermínio pela engenharia influenciou Irajacira, que também cursou engenharia agronômica. Hermínio era especialista em restaurações e tinha uma carreira pautada na acessibilidade. “Eu brincava e dizia que ele era um poste preto, por ser alto, magro e mais iluminado. Tinha uma grande luz sobre aquela cabeça. Estava sempre disposto a ajudar e a engenharia fez com que ele pudesse contribuir com todo esse mecanismo exigido para nossa vida”, destacou com orgulho. Ela se diz grata pelo privilégio de ter compartilhado sua vida com ele, que deixa um brilhante legado para filha deles de 15 anos.
PREMIAÇÃO
A cerimônia respeitou todos os protocolos de prevenção ao Covid-19, com a participação presencial restrita. A mesa foi comandada pelo 1º vice-presidente do Crea-PE, engenheiro eletricista Roberto Freire, representando o presidente Adriano Lucena, e composta pelo coordenador da Comissão do Mérito, o engenheiro civil Marcos Maciel, e por Waldir Duarte Costa Filho.
“É uma solenidade inusual”, pontua Roberto Freire, esclarecendo que a premiação deveria ter acontecido em 2020, mas em função da pandemia foi suspensa. Marcos Maciel explica que esta homenagem é feita durante a realização da Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), mas como não aconteceu no ano passado, o Confea delegou aos Creas dos Estados realizarem a entrega da Medalha de Mérito neste ano.
A cerimônia de premiação foi gravada para ser transmitida no SOEA CONNECT, a versão virtual do Soea, que acontecerá entre 15 e 17 de setembro deste ano. Maciel ainda destacou a honra de premiar dois nomes de profissionais ilustres que contribuíram, em suas respectivas profissões, com o Sistema Confea/Crea e com a sociedade.
