Em reunião na PCR, presidente do Crea-PE defende rediscussão da demolição no Cais José Estelita

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), José Mário Cavalcanti participou, de reunião com representantes da sociedade civil, líderes de entidades, instituições e movimentos que debatem o desenvolvimento urbano no Recife, na manhã desta terça-feira (3), na sede da Prefeitura Municipal do Recife (PCR). Presentes na reunião representando a PCR, o prefeito Geraldo Julio, o vice-prefeito, Luciano Siqueira, e os secretários de Governo e Participação Social, Sileno Guedes, de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Antônio Alexandre, de Assuntos Jurídicos, Ricardo Correia, de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, de Juventude e Qualificação Profissional, Jayme Asfora, e de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa.

Representando entidades, instituições e movimentos: o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PE), Roberto Montezuma; a presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/PE), Vitória Régia; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE), Pedro Henrique Reynaldo Alves; o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro; o reitor da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Padre Pedro Rubens; além de nove representantes do Movimento Ocupe Estelita e representante do Movimento Observatório do Recife.

Diante do impasse criado e dos protestos que acontecem desde o dia 22 de maio, durante a reunião, o prefeito Geraldo Júlio anunciou a suspensão da licença de demolição dos armazéns do Cais José Estelita, no bairro de São José. No encontro, proposto pelo Executivo Municipal, o prefeito também se colocou como mediador na negociação com o consórcio responsável pelo projeto Novo Recife, que prevê a construção de 12 torres, entre residenciais e comerciais no local.

Sobre a posição do Crea-PE, o presidente José Mário Cavalcanti explicou que “o Crea tem assento no Comitê de Desenvolvimento Urbano (CDU) e votou pela aprovação do projeto, considerando os pontos de vistas legal e técnico, mas, agora a questão transcende o caráter legal e técnico e passa a refletir os anseios de segmentos organizados da sociedade, principalmente, do “Movimento Ocupe Estelita”, disse, lembrando que “a proposta do prefeito de abertura das discussões sobre o projeto, mesmo que este já tenha atendido às exigências legais, é visto por este Conselho como muito positiva. Este é um momento oportuno para ser repensado todo o processo e que sirva como um piloto para outras demandas futuras”, defendeu José Mário.

Para o engenheiro, “é necessário que o poder público aposte no planejamento, já que este é essencial para se pensar uma cidade para o futuro e que seja instituído um marco regulatório moderno e definitivo para adequar novas demandas urbanas, para tanto, defendemos a reestruturação de um departamento exclusivo de planejamento na administração municipal”, defendeu, concluindo.

Outras duas reuniões que darão continuidade às discussões estão marcadas: a primeira para a amanhã (quinta-feira 5), entre a Prefeitura do Recife e as empresas que integram o projeto; e a segunda, para a sexta-feira (6), entre a PCR e os Ministérios Públicos Estadual e Federal. O objetivo é propor um diálogo entre as partes. Os dois encontros contarão com a presença das entidades e instituições que acompanharam o debate de da terça, além do Fórum Estadual de Reforma Urbana (FERU) e do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), acrescidos à lista a pedido do Movimento Ocupe Estelita.

Durante a reunião, o prefeito destacou o compromisso do seu governo com os interesses sociais, através de projetos e ações já iniciadas em 2013, como o projeto Recife 500 anos e a implantação do Conselho das Cidades, por exemplo. “Esse é um compromisso que a gente não vai se afastar. Desde o início da nossa gestão, demos provas concretas de que estamos preocupados, sobretudo, com o cuidado com as pessoas”, salientou o chefe do Executivo Municipal.

Dilma Moura
ASC do Crea-PE