Especialistas abordaram temas como monitoramento da água, mudanças climáticas e economia circular, em evento que reuniu profissionais da Engenharia, Agronomia e Geociências
O número de humanos na Terra até 1800 era de um bilhão de habitantes, segundo o economista britânico, especializado em história macroeconômica quantitativa, Angus Maddison. Exatos 222 anos depois, em novembro de 2022, esse número chegou a 8 bilhões. Por outro lado, os recursos naturais permanecem os mesmos. Ou seja, o planeta em que vivemos está prestes a colapsar, caso não tomemos medidas para frear o crescimento desordenado.
No centro desse debate está o profissional da Engenharia Ambiental, cujo o dia foi celebrado nesta terça-feira (31). Para marcar a data, o Crea Pernambuco recebeu o Seminário de Engenharia Ambiental, promovido pela Associação dos Engenheiros Ambientais de Pernambuco (Aeambs-PE). O evento reuniu profissionais das diversas modalidades da Engenharia, Agronomia, Geociências e sociedade civil para debater alternativas para um desenvolvimento mais sustentável.
A primeira palestra, “Monitoramento e Qualidade de Água no Estado de Pernambuco”, ministrada pelo analista de Gestão Ambiental da CPRH Luís Cometti, apresentou o Painel de Monitoramento desenvolvido pela própria agência. A plataforma será lançada em março deste ano e, de forma automatizada, recolhe com agilidade os resultados da qualidade das bacias pernambucanas. Esse processo facilita as ações necessárias para a preservação desse recurso.
“Hoje estamos abordando como é feito o monitoramento da qualidade da água e também aproveitamos para apresentar o Painel de Monitoramento, desenvolvido utilizando o conceito de Business Inteligent”, pontuou Cometti. Segundo ele, a plataforma automatizou toda a análise do histórico de banco de dados. “Com apenas um clique, nós conseguimos apresentar vários resultados de forma rápida e dinâmica e estabelecer as tomadas de decisão”, explicou.
Ondas de calor
A utilização desordenada dos recursos naturais causa um problema que sentimos na pele: o aumento da temperatura global. As ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes em nosso cotidiano. Encontrar lugares arborizados que proporcionem alívio nos ambientes urbanos tem se tornado cada vez mais raro. “Essa aceleração das mudanças climáticas, com a falta de controle ambiental e de estratégias, além da nossa emissão de carbono, ocasiona essas mudanças no clima e o aumento da temperatura”, destaca Carmem Lima, secretária estadual de Saúde.
Segundo a secretária, que apresentou o tema “Mudanças Climáticas e Saneamento”,
a sociedade pode adotar medidas que minimizem os impactos ambientais nas próximas décadas. “Nós, enquanto sociedade, podemos contribuir também para mudar esse panorama, fazendo a seleção dos resíduos, descartando de maneira correta”, conclui.
Planeta no limite
A última palestra da noite trouxe como temática a “Economia Circular”, conceito que une o desenvolvimento econômico com a utilização otimizada dos recursos naturais. O modelo aplica novas formas de fazer negócio e melhoria de processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima. A palestra foi ministrada pela doutoranda em Economia Circular Uedja Guimarães.
Segundo a pesquisadora, a população global deve ficar antenada nas novas alternativas e negócios que causem menos impacto ao planeta, uma vez que a Terra já atingiu o limite de produção de recursos naturais. “Hoje já atingimos os limites físicos do planeta Terra. A gente não pode consumir tanto como estamos consumindo, não podemos produzir tanto, nem ter a visão de recursos abundantes”, disse Uedja Guimarães. “Devemos ter mais prudência no uso desses recursos naturais tão vitais para o bom funcionamento do nosso planeta”, concluiu.