Profissional é classificado de multidisciplinar, atuando para manter o equilíbrio entre o meio ambiente com as áreas econômica e social
Num País, onde a vegetação nativa preservada ocupa 61% do seu território, conforme dados da Embrapa, a engenharia ambiental é uma profissão que tem papel de destaque. Neste dia 31 de janeiro, comemora-se o Dia do Engenheiro Ambiental, em homenagem à formação da primeira turma desta habilitação no Brasil na Universidade Federal do Tocantins, em 1997.
Um profissional multidisciplinar que trabalha com aspectos ambientais, econômicos e sociais, assim pode ser descrito um engenheiro ambiental. Suas atividades têm como objetivo promover o desenvolvimento sustentável, usando de princípios constitucionais, como a preservação dos recursos naturais e a precaução da saúde humana através do uso de tecnologias.
“A engenharia ambiental tem a função de buscar o tripé da sustentabilidade, que é ser viável economicamente, socialmente e ambientalmente”, lembra a engenheira ambiental Luana Karoline de Lima, inspetora secretária da inspetoria do Crea-PE em Caruaru.
Na lista das atribuições deste profissional, o destaque para algumas delas: elaboração, execução e gestão de estudos e projetos na recuperação de áreas degradadas; controle de impactos ambientais; e sistemas de abastecimento e estações de tratamento de água, estação de tratamento de efluentes. Tem ainda o manejo de resíduos sólidos, drenagem urbana, aterros sanitários, emissões atmosféricas, energias alternativas, sustentabilidade, licenciamentos ambientais, ambientais, entre outras funções.
Para o presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais e Sanitarista do Estado de Pernambuco (AEAMBS-PE), o engenheiro ambiental Rodolfo Alves de Souza Neto, a engenharia ambiental surgiu no momento em que as outras engenharias percebem que é necessário ter um outro olhar para as soluções de questões que envolvem o meio ambiente. Sem essas soluções, os impactos continuariam muito mais degradantes ao meio ambiente, na sua avaliação.
“Hoje a gente diz que a engenharia ambiental é transversal às demais engenharias, porque pode aplicá-la nas demais atribuições da engenharia”, avalia o presidente da associação. Ele destaca que é “notória a degradação do meio ambiente, desde as construções irregulares, bem como o descarte de dejetos de forma inadequada em várias áreas, como no ambiente hospitalar, quando não se faz a gestão dos resíduos infecto contagiosos”. Rodolfo Alves é taxativo: “A engenharia vem trazer essas soluções para as diversas gamas da sociedade.”
Foi exatamente a busca pelas soluções e cuidados com a natureza que levou a engenheira ambiental e conselheira do Crea-PE, Thaís Patú, para a escolha da profissão. Uma preocupação que ela lembra nutrir desde pequena. “A engenharia ambiental é uma relação natural para mim. Desde cedo eu me preocupei com o mundo e queria estudar algo que pudesse associar a profissão e o lazer. Então, a engenharia ambiental me proporcionou isso”, observa Thaís Patú.
Ela lembra que na época que fez o curso não existiam opções em universidades públicas, ao contrário de hoje. “É importante para o Estado. Estou muito feliz com minha profissão e com minha escolha.”, atesta a engenheira.
Na sua avaliação, com o crescimento acelerado da população e consequente aumento no consumo, com maior produção de descartes, há cada vez mais a necessidade de gestão nesta área. “ É um dos grandes desafios que temos enquanto engenheiros ambientais. Na minha área de atuação, eu sou especialista na área de resíduos, a gente busca desenvolver conceitos como o lixo zero. Desenvolver com a sociedade o conceito de educação ambiental para que ela tenha mudanças de hábitos e comportamentos para que essa mudança seja transformadora na sociedade”, sublinha Thaís Patú.
“A engenharia ambiental vem para somar. Temos como missão proteger os nossos melhores elementos, que são o ar, a terra e a água. Temos o meio ambiente como foco principal. Nós agimos em várias frentes, como o saneamento básico, mitigação de tratamento de afluentes”, contabiliza o engenheiro ambiental Marcos Chaprão, vice-presidente da AEMBS-PE e conselheiro do Crea-PE.
O campo de atuação é vasto. Vai desde a área de tecnologia ambiental, gestão ambiental, passando pelos recursos energéticos renováveis e engenharia legal. Na comemoração do seu dia, Thaís Patú aconselha: “Para buscar espaço no mercado de trabalho, é necessário que o profissional tenha outras habilidades, como inteligência emocional, empatia. Muitas vezes lidamos com situações conflituosas. Uma coisa muito importante: se capacitem. Estudem.”