A 9ª live do Terça no Crea, projeto do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) que tem como objetivo valorizar e capacitar profissionais do Sistema, bem como debater sobre assuntos que também tenham importância para a sociedade, foi transmitida hoje (21.07), pelo canal do Conselho no Instagram @creapernambuco. O tema desta noite tratou da Engenharia na Industria: oportunidades e desafios.
O palestrante foi o engenheiro eletrônico com ênfase em eletrônica, atualmente diretor industrial da Capricche, Antônio Doreto. A empresa do ramo da alimentação é sediada no Recife e o convidado atuou desde o início da construção da fábrica. O presidente Evandro Alencar foi mediador da palestra que trouxe aspectos importantes da Engenharia na área da indústria.
Entusiasta da profissão que exerce, Doreto falou da importância da Engenharia como ferramenta indispensável as grandes mudanças ocorridas na história da humanidade. Sobre a importância da Engenharia para o desenvolvimento do País, relacionou diretamente a necessidade de se ter indústrias fortes, competitivas e com tecnologias avançadas à condição de desenvolvimento.
Formado a 35 anos, Doreto trabalhou na Philips, Marilan, Dori até ser convidado, há seis anos, para participar da construção da Capricche. O engenheiro relatou que nem sempre esteve na sua área de formação. Uma das suas experiências foi como diretor comercial, fato que para ele, demonstra a capacidade de um profissional de Engenharia ser versátil e poder vivenciar experiências que se somam as adquiridas na graduação.
O presidente do Crea-PE, Evandro Alencar quis saber, na relação de importância entre Engenharia e Tecnologia, quem se sobressai. Para Antônio Doreto, as duas se complementam já que, sem uma a outra não funciona adequadamente.
Sobre as áreas da Engenharia que encontram campo na indústria o convidado destacou a Engenharia Química, de Alimentos, Produção, Mecânica, Elétrica e Engenharia de Segurança do Trabalho. “A soma dos conhecimentos desses e de outros profissionais possibilita, por exemplo, que uma indústria desenvolva uma máquina a partir de projeto feito por nós”, ressaltou.
Quanto a sua opinião sobre a atividade mais promissora da área, o diretor destacou a Engenharia de Controle e Automação, explicando que as máquinas desenvolvidas com tecnologia de ponta precisam de pessoas com conhecimento para operar os equipamentos que têm capacidade para avaliar, corrigir e melhorar a produção com controle na melhoria do processo. Ressaltou ainda como ponto a se avaliar na hora de decidir por essa graduação, o desenvolvimento da indústria 4.0, o uso da Inteligência Artificial, as logo machine (indústrias de máquinas de logotipos), chamando a atenção para a tecnologia que está sendo desenvolvida para que computadores tenham emoção e para o fato de que as outras áreas da Engenharia não são minimizadas.
“Na nossa indústria desenvolvemos um modelo de gestão que consiste na interação das pessoas criando cultura de resultados, acompanhamento e melhoria da produção. Uma outra ferramenta é o Controle da Rotina Diária (GRD), por meio do qual somos capazes de verificar todos os níveis da fábrica com indicadores capazes de detalhar a performance”, disse.
Ainda em relação aos tipos de gerenciamentos, avaliou que métodos que relacionam fato, causa e ação são importantes para a implantação de processos que só funcionam com a participação, interesse e engajamento das pessoas.
Na opinião de Doreto uma postura de atitude clara e definida, o interesse em aprofundar conhecimento por meio de análise, pesquisa, disciplina, capacidade e paciência são necessárias na resolução de problemas, dizendo que a capacidade sem a habilidade de se relacionar com pessoas, não é suficiente para manter um profissional na sua equipe.
Alencar quis saber do convidado que diferenciais deve ter um engenheiro que pretende atuar na indústria. Para responder foi categórico: gostar de estudar, ser curioso, ainda na graduação se dedicar ao aprofundamento de outras matérias que envolvem a atividade, se dedicar a atividades extracurriculares e dominar uma segunda língua. Apesar de todas essas dicas ele diz que, na hora de selecionar o fator decisivo “é o brilho nos olhos”.
A Capricche segundo o diretor, é uma empresa com 90% de aproveitamento dos estagiários e que isso se deve ao fato de que eles têm suas primeiras experiências profissionais na fábrica e assim são moldados para atuarem de acordo com a política da empresa.
Com todos os anos de experiência profissional, Antônio Doreto aconselhou: “quando entrar na indústria faça além do normal, assim você será destaque”.
Para o convidado as perspectivas da Engenharia na indústria serão sempre crescentes. “É um casamento para sempre. Não há retorno, a alta tecnologia exige engenheiros capazes de operar as máquinas e, ao contrário do podem pensar, o uso da tecnologia não significa menos oportunidades para engenheiros”, concluiu Antônio Doreto, agradecendo a oportunidade de participar do projeto Terça no Crea.
O presidente Evandro Alencar agradeceu a participação do convidado e de todos os internautas que assistiram a live.