Porto Alegre, 24 e 26 de janeiro de 2014.
Integradas à programação principal do Fórum Social 2014, as oficinas “Habitação de Interesse Social” e “Regularização Fundiária Urbana e Rural”, da Conferência Livre de Proteção sobre e Defesa Civil, e promovidas pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de São Lourenço do Sul Região (Assenar), levaram seus participantes a assistir as duas principais atividades do Fórum, “Contra o Capital, Democracia Real” e “Cidades Sustentáveis e as Eleições de 2014”, realizadas na Assembleia Legislativa de Porto Alegre na manhã e tarde da sexta-feira (24).
Da esquerda para a direita: conselheiro federal Ibá dos Santos; presidente do Crea-PE José Mário Cavalcanti; ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto Carvalho; coordenador da CCEAGRI Juci Pita; e a representante do Cden no Fórum Anna Virgínia Muniz Machado |
Para Lélio Falcão, presidente da Assenar, a suspensão das oficinas permitiu que seus participantes “reforçassem a representação e o caráter político da carta entregue a Gilberto de Carvalho, ministro da Casa Civil do governo federal” presente à palestra da manhã. Assinada por Lélio, da Comissão Organizadora do FSM Temático e com o timbre do Instituto Amigos do Fórum Mundial Social Porto Alegre, a carta solicita uma audiência a fim de definir a participação brasileira na próxima Conferência das Partes, a COP 20 e na Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil, programada para Brasília, de 27 a 30 de maio próximo.
Flavio Correia, presidente do Crea-DF e representando o presidente do Confea, José Tadeu da Silva, afirmou que a participação do Sistema Confea/Crea no Fórum Social Mundial Temático 2014, “é válida porque mostra o posicionamento das lideranças de classe diante de questões que envolvem a valorização dos profissionais”.
Correia aplaudiu a Carta Compromisso assinada por líderes de diversos partidos políticos. “É um documento que permite que o cidadão comum acompanhe a atuação dos políticos e possa acompanhar os rumos que o país for tomar após as eleições”.
Os integrantes da delegação do Sistema Confea/Crea acompanharam de perto as atividades e, em entrevista ao site do Confea, revelaram suas opiniões sobre a importância da participação do Sistema no Fórum.
Na opinião de José Mário Cavalcanti, presidente do Crea-PE, “não só é importante a participação do Sistema em eventos como o Fórum, como essa participação deve ser ampliada para que mais lideranças da política classista nacional possam trocar experiências e ampliar a nossa visão do que ocorre em todo o país”.
“Aqui é onde se discute de fato as demandas da população e a definição das políticas públicas necessárias e que envolvem os profissionais reunidos pelo Sistema Confea/Crea”. José Mario defende que “temos uma grande oportunidade de mudar um pouco o pensamento e termos uma visão mais aprofundada da sociedade e entender que a maioria das nossas atividades profissionais são instrumentos efetivos na solução dos problemas de infraestrutura e também sociais do país”.
Juci Pita (Crea-BA), e coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Agrimensura, acredita que “a participação do Sistema é mais que fundamental, é mesmo decisiva para destacar a atuação dos profissionais da área tecnológica brasileira”.
Para ele, “não há como a engenharia estar descolada de um evento como o Fórum já que aqui se revela o pensamento e o encaminhamento da tomada de decisões que envolvem a engenharia enquanto recurso para ajudar a responder antecipadamente aos riscos de acidentes naturais”. Segundo Juci, “cidade sustentável é sinônimo de engenharia”.
Engenheiro agrônomo e conselheiro federal Ibá dos Santos Silva durante a exposição de sua manifestação |
Ibá dos Santos, conselheiro representante do plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), por sua vez, diz que a “amplitude do Fórum proporciona uma grande gama de opiniões em busca de um mundo com mais igualitário e sustentável”.
“Constatamos que a questão do desenvolvimento sustentável faz parte dos nossos horizontes e se falamos em desenvolvimento, falamos de engenharia”.
Para Anna Virginia Machado, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, e representando no Fórum o Colégio de Entidades Nacionais do Sistema Confea/Crea, a participação do Sistema em eventos desse porte é sempre positiva. “A busca pela justiça social e ambiental envolve os profissionais da área tecnológica não só enquanto parceiros pelo desenvolvimento do país, mas enquanto cidadãos envolvidos numa questão maior que vida o bem coletivo”, observa.
Anna Virgínia ainda considera que na fala do governador Tarso Genro, na palestra da manhã de sábado (25), ficou claro que há que se encontrar alternativas para o modelo democrático atual que está esgotado e tem levado ao aumento das desigualdades sociais.
Anna Virgínia afirma que a engenharia busca alternativas tecnológicas para favorecer a população, por exemplo, quanto aos transportes públicos e a soluções para a infraestrutura do país. “Temos que pensar a sustentabilidade de forma transversal”, defende.
Para Lélio Falcão, o FSM tem um balanço mais que positivo porque permite pensar sobre o próprio processo do Fórum que, segundo ele, está “mais objetivo e dando maior transparência às reais necessidades da sociedade que vem participando, cada vez mais, dos debates e decisões tomadas visando à melhoria da sua qualidade de vida”.
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Maria Helena de Carvalho – enviada especial do Confea ao FSM
Equipe de Comunicação do Confea