A live transmitida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), pelo canal do conselho no Instagram @creapernambuco, às 19h, no dia 04.08, tratou de tema quanto à necessidade de estarmos “Alerta sobre Descarte de Resíduos na Pandemia”. A palestra que faz parte da programação do Terça no Crea foi feita pelo engenheiro ambiental e de segurança do trabalho, Rodolfo Alves que também é presidente da Associação dos Engenheiros Ambientais e Sanitaristas de Pernambuco (AEAMBS/PE).
O presidente do Crea-PE Evandro Alencar, mediador da live, perguntou ao convidado qual a diferença entre resíduos e rejeitos. Rodolfo Alves explicou que são aqueles elementos como objetos; móveis; materiais; substâncias que podem ser reaproveitadas como, por exemplo, uma folha de ofício amassada. Já os rejeitos são aqueles sem aproveitamento, como o papel higiênico.
De acordo com o engenheiro ambiental, os resíduos são classificados pelo reaproveitamento que terá na cadeia produtiva. Dentre as categorias elencou os resíduos Sólidos Urbanos (RSU) reciclado ou orgânico, os produzidos por indústrias nos diversos processos de transformação, sólidos e, os específicos como os gerados pela construção civil (RCC) e os hospitalares (RSS) e por fim, os nucleares, menos produzidos e conhecidos.
O engenheiro tratou também da classificação dos resíduos em classes 1 e 2.
Segundo o palestrante, a Política Nacional de Meio Ambiente, completou em 2019, 10 anos e segundo o órgão, os resíduos são diferenciados em duas classes. Os da classe 1 são considerados perigosos e mais agressivos já que apresentam características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, a exemplo de produtos químicos, inflamáveis, óleos e graxas, assim como os hospitalares. Já os resíduos da classe 2, são menos agressivos ao meio ambiente e às pessoas sendo um grupo que inclui matérias orgânicas, papéis, vidros e metais, que podem ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados, com a avaliação do potencial de reciclagem de cada item.
Quanto à mudança de postura das pessoas no descarte de resíduos em tempos de pandemia, o engenheiro explicou que não existe um protocolo específico, mas, que algumas ações geraram recomendativos da Organização Mundial de Saúde, com base na Política Nacional de Meio Ambiente. “Assim como todas as pessoas e setores, a pandemia foi uma situação inusitada para nós também. Estamos nos ajustando à nova realidade com a aplicação de processos de melhoria contínua”, confessou, o presidente da AEAMBS/PE.
O especialista lembrou que a participação da sociedade é primordial para a continuidade de ações que fortalecem a política de meio ambiente. A coleta seletiva foi considerada de grande importância e o cuidado redobrado daquelas famílias que têm parentes em isolamento nas residências. “É necessário que o lixo produzido por essa pessoa seja apenas manipulado por ela mesmo ou por alguém da família, que deverá descartá-lo em um saco de cor diferente ou em de material resistente onde seja identificado como material contaminado”, recomendou
No que se refere à pergunta do mediador quanto aos profissionais habilitados para trabalharem nessas atividades, destacou além dos engenheiros ambientais e sanitaristas, os biólogos, arquitetos e médicos do trabalho, enfatizando que a eles cabe a elaboração do Programa de Gerenciamento Resíduos (PGS) e dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde (RSS). O palestrante recomendou que se denucie ao Crea-PE ou a AEAMBS pessoas sem habilitação e qualificação desenvolvendo a atividade nessa área.
Com relação a permanência da utilização de lixões que já tiveram vários prazos para serem substituídos por aterros sanitários informou que mais uma vez o prazo foi estendido, agora até 2024 e que em Pernambuco apenas 57% dos 185 municípios têm aterros, alguns, inclusive, resultantes de consórcios entre as prefeituras e empresas do ramo.
Tratar o lixo passam por nós, disse, o convidado explicando que além da necessidade de mudança de hábitos, há também de haver capacitação dos catadores e recicladores, por meio das associações e cooperativas. “As pessoas não imaginam que do seu lixo há outros que dele vivem e tiram o sustento de suas famílias”, afirmou.
Nesse sentido, o presidente da AEAMBS explicou que a associação tem programas de capacitação onde esclarecem aos participantes, por exemplo, o que são os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), assim como ações de conscientização sobre as questões ambientais nas praias de Olinda e Boa Viagem.
Quanto aos cuidados na quarentena, Rodolfo Alves destacou o uso contínuo de álcool 70% ou em gel, lembrando que ao utilizá-los a pessoa deverá ter atenção com relação as queimaduras, o constante uso de máscaras, principalmente em shoppings, grandes centos comerciais e o distanciamento social.
Por fim, para responder ao presidente do Crea-PE quanto às oportunidades para profissionais das Engenharia pós pandemia, Rodolfo foi categórico ao afirmar que essas oportunidades já estão acontecendo, dando como exemplo os projetos de acionadores automáticos do álcool em diversos municípios do estado. Presidente e palestrante agradeceram aos participantes da live.