As fortes chuvas que caíram em Pernambuco nos últimos dias deixaram um dos saldos mais trágicos da história do Estado. Já são 129 vidas perdidas diante da falta de infraestrutura, habitação adequada e drenagem nas áreas de morros e encostas. Diante da dor de ver tantas mortes evitáveis e da necessidade de discutir soluções para um problema tão antigo quanto complexo, o Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Crea-PE realiza nesta quinta-feira (9), às 19h, o seminário “Como preparar a Região Metropolitana do Recife para conviver com chuvas intensas”, que terá formato virtual.
O encontro reúne um time de especialistas nas áreas de geotecnia, macrodenagem e proteção ambiental. A transmissão será feita ao vivo pela TV Crea-PE, no YouTube. O debate terá como palestrantes o engenheiro civil Alexandre Gusmão, diretor da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (UPE); a engenheira florestal e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Isabelle Meunier; e o engenheiro civil Jaime Cabral, professor da Universidade de Pernambuco (UPE) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A mediação ficará por conta de João Recena, engenheiro civil e coordenador do Eixo 3 “Um Projeto para Pernambuco e o Brasil” do CTP.
A solução para a tragédia causada pelas fortes chuvas ganhou repercussão nacional, trazendo à tona a necessidade de adoção de políticas públicas que passam pela engenharia. “Precisamos fazer uso da engenharia, da tecnologia para servir a quem mais precisa. Quando o poder público faz essa intervenção, faz por uma cidade completa porque a drenagem atinge toda a cidade. Quando chove ninguém pode chegar no trabalho e qual o custo que isso se tem? E é uma coisa que estamos introduzindo nas nossas vidas de forma conceitual”, destacou Adriano Lucena, presidente do Crea Pernambuco.
Segundo Lucena, o debate do CTP dessa semana tem o caráter de conscientizar a sociedade diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. A engenharia no centro do debate trará uma maior segurança, principalmente, para as camadas mais vulneráveis em períodos chuvosos. “Precisamos fazer com que a drenagem funcione, fazer com que a cidade seja arborizada, fazer com que as pessoas que moram em áreas de morro tenham segurança, que tenha educação nas escolas para que as futuras gerações consigam conviver com o espaço físico e isso tudo envolve engenharia”, pontuou.
O assunto promete um debate propositivo, com espaço para sugestões e que apontem caminhos factíveis para o enfrentamento do problema. Depois da apresentação dos participantes, é aberto espaço para interação com os que estiverem acompanhando a live, com perguntas sobre o tema.