Mais uma vez o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) tem acatados os nomes de profissionais indicados pela Comissão do Mérito e eleitos pelo voto direto dos membros do plenário do Regional para receberem, do Sistema Confea/Crea e Mútua a Láurea ao Mérito, constituída pela Medalha do Mérito e inscrição no Livro do Mérito pelos relevantes serviços prestados em defesa da sociedade e a serviço da Engenharia, da Agronomia e das Geociências.
Neste ano, a Medalha do Mérito será entregue, no próximo dia 9 de agosto, segundo dia da 78ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), que acontecerá de 8 a 11 de agosto, na cidade gaúcha de Gramado, ao engenheiro civil José Orlando Vieira Filho, pela sua formação e pelos efeitos relevantes dos trabalhos desempenhados. A honraria é a maior e mais importante homenagem feita pelo Sistema Confea/Crea e Mútua a um profissional no exercício das suas atividades profissionais.
José Orlando Vieira Filho tem um vasto currículo onde constam, entre outras informações, a formação como Mestre em Engenharia Civil, pela UFPB/Campina Grande, em 1994, com a Dissertação: “Avaliação estrutural e funcional de um pavimento rígido em via urbana do Recife – estudo de correlações”, pesquisa experimental focada na Avenida Recife, importante corredor urbano de tráfego da Cidade do Recife, e doutorado em Engenharia Civil e Urbana, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-EPUSP, em 2007, com a Tese: “Avaliação da resistência à compressão do concreto através de testemunhos extraídos: contribuição à estimativa do coeficiente de correção devido aos efeitos do broqueamento”.
A inscrição no Livro do Mérito é a homenagem prestada pelo Sistema in memoriam. Por toda a importância que teve no desempenho das suas atividades, o homenageado indicado pelo Crea-PE para ter o seu nome eternizado no Livro do Mérito será o engenheiro de pesca Fábio Hissa Vieira Hazin.
O engenheiro Fábio Hazin nasceu no Recife, em 4 de junho de 1964 e, entre os muitos títulos que conquistou, se graduou em Engenharia de Pesca na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 1987; e realizou o seu Mestrado (1991) e doutorado (1994), em Ciências Marinhas e Tecnologia, com especialização em Oceanografia Pesqueira, pela Tokyo University of Marine Science and Technology. Fez um pós-doutorado em Avaliação de Estoques de Recursos Pesqueiros Pelágicos Migratórios, no Southeast Fisheries Science Center/NMFS/NOAA, em Miami, EUA (2002); e especialização em Direito internacional do Mar (2010), pela Rhodes Academy.
Ao longo de sua carreira acadêmica, publicou 165 trabalhos científicos, em mais de uma dúzia de especialidades, sendo a maioria relacionada com a biologia reprodutiva, pesca em geral e tecnologia de pesca.
Fábio Hazin teve carreira abreviada pela pandemia do Covid, falecendo com 57 anos, no Dia Internacional dos Oceanos, 8 de junho de 2021. Deixou um legado inestimável de contribuições ao conhecimento da megafauna marinha, como pesquisador, professor e conferencista. Ele era uma das principais referências nos estudos sobre tubarões no país, sendo, inúmeras vezes, consultado por diversos veículos de comunicação e instituições sobre as razões dos ataques de tubarões na Costa do litoral Pernambucano.
Sobre a homenagem que receberá pelo pai, o advogado Daniel Falcão Hazin, um dos dois filhos que Fábio Hazin deixou, diz que o mais importante é o reconhecimento à dedicação pela profissão que o pai abraçou. “Meu pai deixou um grande legado. Mas só nós, da família, sabemos como foi difícil lidar com as muitas ausências do meu pai. Foi assim quando fez parte do grupo de trabalho do Ministério da Pesca e nas diversas vezes em que, em Roma, trabalhava para a Organización de las Naciones Unidas Para la Alimentación y la Agricultura (FAO) e por tantos outros trabalhos que abraçou” lamenta, Daniel Hazin
“Quando era mais novo, sempre ouvia o meu pai me explicar que precisava usar o conhecimento dele para servir a população, que não podia ficar só para ele. Essa homenagem e o reconhecimento nos deixam mais confortados”, diz Daniel Hazin, confessando que a expectativa para o dia em que receberá a homenagem se confunde num misto de ansiedade e orgulho.
ENTUSIASMO PELA PROFISSÃO
Entusiasta da profissão que escolheu, possivelmente por gostar de matemática desde pequeno, e realizado pelos caminhos que trilhou, associando a engenharia à academia, o engenheiro civil José Orlando Vieira Filho se define como um engenheiro professor e um professor engenheiro. “Por mais de 50 anos de trabalho ininterruptos me dediquei à engenharia e à academia. Desses, 40 anos trabalhando três expedientes por dia, oportunidade em que, além de exercer a engenharia, também ministrei aulas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e na Universidade de Pernambuco (Poli) ”, diz o homenageado.
Para José Orlando, a homenagem não representa apenas o reconhecimento, mas, sobretudo um incentivo para as próximas gerações seguirem a profissão unindo as novas tecnologias ao desenvolvimento da engenharia, em que o uso e a conservação dos recursos naturais sejam uma premissa seguida em nome do bem-estar individual e coletivo. “Desejamos, dessa forma, que as obras de engenharia utilizem os recursos naturais cada vez mais de forma consciente e adequada”, almeja o engenheiro.
Para o presidente do Crea-PE Adriano Lucena, ter a aprovação do Confea para homenagear dois grandes profissionais pernambucanos é motivo de muito orgulho e, mais uma vez, a certeza de que a qualidade das Engenharias, Agronomia e Geociências de Pernambuco é razão de muita alegria não apenas para a comunidade profissional, mas, para os cidadãos que se beneficiam com o excelente trabalho que é feito pelos profissionais do Estado.