Recuperação da antiga Escola de Engenharia abrigará nova instalação, numa parceria entre o Crea-PE, Sinduscon-PE, Sinaenco-PE, Ademi-PE e UFPE
O prédio que abrigava a antiga Escola de Engenharia de Pernambuco deve ser transformado no primeiro Memorial de Engenharia do País. O resgate passa por uma parceria entre o Crea-PE, Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE), Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco-PE), Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A proposta projeta a necessidade de uma revitalização do Centro da cidade, com aposta no potencial turístico do entorno.
Um roteiro turístico e cultural construído numa trilha passando pelo memorial, pela casa de Clarice Lispector, Praça Maciel Pinheiro, Mercado da Boa Vista. A própria revitalização da Conde da Boa Vista e do Teatro do Parque, por exemplo, reforçam a proposta de apostar no potencial do Centro para a atração de visitantes da cidade. Para isso, o memorial, além de abrigar a história da engenharia, seria uma referência de lazer e cultura. “O prédio tem que ter vida, um café, um centro cultural, estacionamento”, aponta o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena.
O projeto arquitetônico está pronto, informa o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE e ex-conselheiro do Crea-PE, Mauricio Pina. O próximo passo é fechar o orçamento e buscar os recursos para a execução. Além de captar a participação de mais entidades privadas e da administração pública. A partir do orçamento é possível tocar o projeto, destaca o presidente do Sinduscon-PE, Érico Furtado, que junto com Adriano Lucena, Maurício Pina e a presidente do Sinaenco-PE, Mirtes Macêdo Roriz, visitaram o prédio, localizado na Rua do Hospício, número 371. Furtado foi, inclusive representando o presidente Ademi-PE, Avelar de Castro Loureiro Filho, que não conseguiu participar da visita, realizada na última quarta-feira (9).
O prédio, dividido em dois blocos, foi inaugurado em 1945 e pertence à UFPE. Tem uma área de 3,3 mil metros quadrados. Seu primeiro bloco está desativado desde 2016, quando uma forte ventania levou boa parte do telhado. No segundo bloco, a UFPE mantém salas de aula do curso de Direito, que no momento estão suspensas em função da pandemia.
A criação da Escola de Engenharia foi motivada pelo progresso experimentado por Pernambuco, na segunda metade do século XIX, com a construção de ferrovias, cujas obras tiveram participação de engenheiros ingleses, e particularmente pela crescente urbanização da cidade do Recife. Devido à falta de engenheiros brasileiros, naquela época, profissionais franceses também costumavam prestar serviços no Estado. O prédio abriga as memórias da época de construção de parte do Estado. O próximo passo é eternizar estas memórias e partilhar com sociedade e visitantes.