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Crea-PE reforça campanha de combate à mosca das frutas no Vale do São Francisco

Conselho intensifica fiscalização nas empresas produtoras, com o apoio de fiscais de Petrolina, Araripina, Salgueiro e Caruaru nas próximas duas semanas

Um inseto pequeno, mas que causa estragos gigantescos. Esta é a realidade que assombra os produtores de frutas, principalmente de mangas, do Vale do São Francisco, com a proliferação da mosca da fruta. A região enfrenta a ameaça de perder a exportação para o principal cliente, os Estados Unidos, gerando prejuízos incalculáveis . Para reforçar o combate à praga, o Crea Pernambuco intensifica a fiscalização nas propriedades, orientando grande e pequenos produtores.

A operação começou nesta terça-feira (12), nas propriedades nos arredores de Petrolina, com uma equipe composta por fiscais de Araripina, Salgueiro, Serra Talhada e Caruaru. “A nossa abordagem é uma fiscalização orientativa e ajudar no combate à praga”, atesta o assessor da Fiscalização do Crea-PE, Fábio Gilnei. A ação também contará com o apoio do Crea-BA.

A intensificação na fiscalização deve acontecer nestas duas semanas, conforme prevê o inspetor coordenador da Inspetoria do Crea-PE em Petrolina, Anízio Godoy. Na manhã desta terça-feira, os fiscais do Crea-PE visitaram a Fazenda Agronogueira, que está no processo de finalização do embalo das mangas para os compradores dos Estados Unidos.

Lá, a engenheira agrônoma responsável pela fazenda, Alzenir Santos, explicou que a empresa vem tomando todas as providências no combate à mosca, desde a montagem de armadilhas à enterrar as frutas maduras numa vala, evitando a proliferação do inseto. E mais, vem também monitorando os produtores vizinhos, chamando a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco quando localizado algum foco. Segundo ela, a equipe só vai respirar aliviada depois de quinta-feira, quando será concluída a embalagem e envio das mangas.

O problema das moscas pode ser constatado nos números. Nas armadilhas colocadas nas plantações para a captura da mosca fêmea, a média aceitável é em torno de 5 moscas presas no equipamento. Nesta fase de infestação, estão sendo contabilizadas cerca de 100.

Na outra ponta desta realidade, Djalma Narcizo, um pequeno produtor de mangas, no entorno da Agronogueira. Sofrendo com o baixo preço da manga, para que não sobre o produto e aumente os focos das moscas, vem distribuindo a fruta para a paróquia, escolas, abrigos. Esta atitude evita maior infestação da praga. No primeiro dia, a equipe de fiscalização do Crea-PE visitou 12 empreendimentos agrícolas.

A mosca da fruta é um problema que vem atormentando os produtores da região desde o início da safra. Tamanha a gravidade do assunto, a Valexport (Associação dos Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco) montou um comitê de de combate à praga. Desde o mês passado, o Crea Pernambuco integra a equipe, que tem, entre outras entidades, Embrapa, Adagro, Sebrae e o próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Hoje, o Vale do São Francisco conta com 130 mil hectares de área cultivada com frutas diversas, sendo 55 mil hectares somente de manga. Desta área, 9 mil hectares cultivam mangas destinadas ao mercado norte-americano, mas a infestação afeta indiretamente toda a produção.

Números atuais apontam que cerca de 90% da exportação de mangas do Brasil é concentrada no Vale do São Francisco. A região apresenta produtividade média superior a 30 toneladas por hectare. Em áreas mais adensadas, a produtividade supera as 50 toneladas por hectare, quando a média nacional é de 20 toneladas, conforme dados Ministério da Agricultura.

Para ter ideia do potencial do mercado, no ano passado, as exportações de manga brasileira atingiram marcas históricas, gerando um faturamento de aproximadamente US$ 315 milhões. Por isso a urgência no combate à praga e principalmente, conscientização dos produtores e população na necessidade de dar o destino correto às mangas e minimizar o efeito da praga.

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