Presidente do Conselho pernambucano, Adriano Lucena, posicionou-se contra reajuste durante a 5ª Reunião do Colégio de Presidentes do Sistema do Confea/Crea e Mútua, em Sergipe
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) posicionou-se contra o reajuste da anuidade e taxas para 2023 na discussão do assunto na 5ª Reunião do Colégio de Presidentes do Sistema do Confea/Crea e Mútua, no segundo dia do encontro, nesta quinta-feira (22). “Este tema não é consenso entre os presidentes. A maioria dos Regionais, após estudos e conversas com seus pares, gostaria de debater de forma mais ampla a proposta que foi aprovada na 4ª Reunião em São Luis/MA”, adiantou o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena.
“Pernambuco vem mantendo o debate da defesa da eficiência na gestão com investimentos em equipamentos, recursos humanos e criar as mais diversas alternativas para não levar mais custos aos profissionais e as empresas. A gestão entende que é possível encontrar soluções pactuadas com todos os atores envolvidos na solução e manter todos os valores congelados para os seus clientes: profissionais e empresas para 2023”, destacou Lucena.
O presidente do Crea-PE ainda acrescentou: “O papel do Conselho é social e não econômico/financista para gerar riqueza financeira, mas sim riqueza de valores. De forma que valorize sua imagem e sua marca com os profissionais e a sociedade. Contudo, a pauta não foi acatada. Ela está nesse momento em tramitação na Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema (CCSS) e depois vai ao Pleno do Confea para votação”.
Para a vice-presidente do Crea-PE, Giani Camara, que foi ao encontro, a forma como a anuidade e taxas são cobradas é muito pesada para os profissionais e empresas. “É preciso atualizar, modernizar a sistemática. Esse aumento não traz um efeito prático para os profissionais. É importante que o Confea saia do século 19 e entre no século 21. Seja um Confea 5.0”, avaliou a vice-presidente.
Desde 2021, os valores da anuidade e taxas não sofrem reajuste. A decisão foi tomada em consequência dos efeitos da pandemia da Covid-19 na economia brasileira. Com o cenário de alta no desemprego e empresas com problemas financeiros, o Confea e os Conselhos Regionais aprovaram o não reajuste dos valores em 2021 e mantiveram a decisão em 2022.
Na pauta do segundo dia do encontro, que acontece até esta sexta-feira, em Aracaju, também teve como tema o cooperativismo. O assunto foi apresentado aos participantes pelo presidente do Conselho de Administração da Sicoob/Engecred, Argemiro Mendonça. Houve ainda a escolha de representantes do Colégio de Presidentes em missões internacionais. Além do enfoque na Lei Geral Proteção de Dados (LGPD), com o destaque na socialização dos dados dos profissionais e empresas, obedecendo a LGPD e quando possível.
Também foi aprovada a proposta de criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a participação do sistema na aplicação da Lei de Serviços de Assistência Técnica em Habitações de Interesse Social (Lei n. 11.888/2008). A proposta foi relatada pela presidente do Crea-AL, Rosa Tenório, em nome do Fórum Nordeste. Com a aprovação da proposta, foram escolhidas as presidentes Ana Adalgisa (Crea-RN), Carmem Nardino (Crea-AC) e Fátima Có (Crea-DF) para integrar o GT.
Já no primeiro dia do fórum, o economista Saumíneo Nascimento fez uma apresentação sobre o cenário econômico do País. O assunto fomentou o debate sobre a realidade das empresas e dos profissionais das engenharias, com seus desdobramentos devido ao momento político e da pandemia. O tema foi alongado com a participação dos presidentes dos Creas com colocações e contribuições.
Sobre o assunto, Adriano Lucena apresentou a necessidade de envolver o Banco do Nordeste do Brasil na linha de financiamento dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para as micros e pequenas empresas. “Assim haverá aquecimento da economia em 11 estados do Brasil, que são todos os nove do Nordeste e ainda em parte dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo”, pontuou Lucena.
Na avaliação do vice-presidente do Crea-PE, Stênio Cuentro, que estava na comitiva do Crea-PE no Colégio de Presidentes, um encontro como esse é muito importante. “Permite que todos os presidentes dos Creas, do Confea, inspetores, conselheiros, um grande número de integrantes do sistema, que trabalha voluntariamente para a sociedade, possa discutir suas diversas visões de Brasil, já que estamos num país que é um continente, onde cada um tem sua realidade”, sublinhou Cuentro.
“Esse tipo de encontro possibilita discutir nossas realidades, as nossas visões econômicas, sociais, permite que a gente harmonize as nossas ações para prestarmos um melhor serviço à sociedade”, continuou Cuentro, destacando que: “Saímos de forma organizada, cada um para seu estado, com objetivos comuns”.
Estreante neste tipo de encontro, a inspetora coordenadora de Paulista Juliana Pires, classificou sua participação como um “momento único”. “Para mim, é um mundo novo. Não sabia que funcionava desta forma. É uma iniciativa excelente para nós profissionais”, atestou Juliana Pires. Ela apontou como sugestão um ajuste no formato das discussões, para que pudesse otimizar o tempo, com resultados mais objetivos.
Com informações do Crea-SE.