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Crea-PE debate energia nuclear

evandro_Dando continuidade aos trabalhos do Comitê Tecnológico Permanente (CTP), o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Evandro Alencar, recebeu, na tarde desta quinta-feira (24), os engenheiros Carlos Henrique da Costa Mariz e Francisco de Assis Brandão, para um debate técnico sobre a utilização da energia nuclear. O primeiro ministrou palestra sobre a Matriz Energética Brasileira e a Energia Nuclear. Já o segundo falou sobre o Controle Internacional no uso da Energia Nuclear.

Em sua fala, Carlos Henrique da Costa mostrou a distribuição da utilização das diversas fontes de energia. De acordo com os dados apresentados, o Brasil tem uma matriz de oferta elétrica predominantemente hidráulica, seguida pela energia dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão), físsil (nuclear), e, por fim, as renováveis (eólica, solar e biomassa). Em questão de produção, os dados de 2012 mostram que a hidráulica ocupa o primeiro lugar com (76,9%); seguida pelo gás natural (7%); biomassa (6,8%); derivados de petróleo (3,3%); nuclear (2,7%); carvão e derivados (1,6%); e a eólica com (0,9%), de toda a produção anual.

No potencial mundial de hidroeletricidade, o Brasil fica na quarta posição perdendo apenas para os Estados Unidos, Rússia e China que ocupa o primeiro lugar. Porém, na geração dessa energia, o Brasil só perde para a China.  “Quando pensamos em sistema elétrico, nós precisamos levar em conta segurança energética, econômica, ambiental e nacional”, explicou Carlos Henrique.

Ainda em sua apresentação, o especialista apresentou o panorama mundial da utilização da energia nuclear. Como destaque, ele trouxe informações sobre o programa nuclear francês, que opera 58 usinas em 19 sítios nucleares. “Na França, existem 14 usinas a beira do mar, 10 em circuito aberto sobre rio, 30 em circuito fechado sobre rio e quatro usinas em circuito aberto sobre estuário”, afirmou.

No Canadá, a energia nuclear ocupa a terceira posição nas fontes de geração de energia, com 15,1% da matriz energética, perdendo apenas para hidráulica e carvão. Nesse aspecto, o profissional apresentou os principais critérios de seleção de locais para implantação de usinas nucleares. Entre os principais pontos estão: suprimento de água de refrigeração, movimentos vibratórios do solo, linhas de transmissão existentes, áreas alagadas e aquíferos. Para finalizar sua exposição, o sistema do Sítio Nuclear de Itacuruba- PE.

Em seguida, o professor Francisco de Assis Brandão defendeu controle no uso da energia nuclear. “É preciso ter cuidado com o lixo nuclear radiotivo, que deve ser bem armazenado”, destacou o professor.  Para finalizar o debate, o presidente do Crea-PE, Evandro Alencar, falou da importância do debate para esclarecer os grandes mitos que cercam a utilização dessa fonte. “Eu queria promover grandes debates aqui no Crea-PE. E hoje, percebemos que a energia nuclear sofre, ainda, muito preconceito”, disse Evandro.

A próxima etapa vai ser abrir o debate para a sociedade e outros representantes para que posteriormente seja feito um documento se posicionando e contribuindo para os estudos da utilização da energia nuclear. O debate reuniu além do presidente do Crea-PE, os gerentes Frederico Bastos e Marcílio Leão, a chefe da Divisão de Convênios e Parcerias (DCOP), Daniele Castro, e os profissionais:  Genildo Nunes, Gerson Quirino, João Paulo Maranhão, João Recena, José Antonio Feijó, Mário Antonino e Norman Costa.

Rui Gonçalves
ASC do Crea-PE

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