Encontro deve render parceria para realizar projeto piloto na comunidade Vila Arraes, na Várzea, e garantir habitação segura aos moradores
A Vila Arraes, no bairro da Várzea, deve ser o projeto piloto de uma parceria que está sendo construída entre o Crea-PE, com o Crea na Comunidade, Universidade de Pernambuco (UPE), com o Habite Melhor, e a Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife. O primeiro encontro rumo a esta parceria aconteceu na tarde desta segunda-feira (18), na sede do Crea-PE.
O presidente Adriano Lucena, juntamente com a vice-presidente do Crea-PE, Giani Camara, e com o superintendente Técnico do Conselho, Nielsen Christianni, recebeu o secretário executivo de Inovação Urbana do Recife, Marcos Toscano; a gerente geral de Intervenção Urbana da Secretaria Executiva, Flaviana Gomes; Rafael Nigro e Larissa Castro, engenheiro civil e arquiteta da secretaria. Também participaram do encontro a coordenadora do programa Habite Melhor, da UPE, Rafaela Cavalcanti, e a professora da UPE, Andréa Benício.
“O Crea está fazendo a ponte entre a instituição de ensino e a Prefeitura da Cidade do Recife para que a gente coloque o Crea na Comunidade em ações concretas para que não aconteça em 2023 o que aconteceu em 2022”, afirma Lucena, referindo-se às tragédias provocadas pelas fortes chuvas nos últimos meses.
“Foi um primeiro encontro, mas que já estamos saindo com novas ações engatilhadas”, destaca Rafaela Cavalcanti. A escolha da Vila Arraes com um possível projeto piloto é pelo fato da secretaria já estar desenvolvendo um trabalho na comunidade, com o projeto Mais Vida, que prevê assistência técnica para uma habitação segura. “A ideia é juntar forças com um aporte técnico mais pesado com o Crea e a UPE”, reforça o secretário Marcos Toscano.
Para Lucena, os alunos, professores, os conselheiros, os profissionais poderão fazer diversas ações nas áreas mais carentes, como drenagem, canais, barreiras, encostas. “Intervenções que sejam importantes para que o poder público tome as medidas com antecedência, com baixo custo e com a boa engenheria”, enumera o presidente do Crea, acrescentando a questão das aptações. “Fazer correções em casas que não têm ventilação, correção em telhados, casas que não têm banheiro, intervenções que sejam possíveis fazer rapidamente antes da próxima chuva”, pontua Lucena.
“O que está se buscando junto ao Crea e que a universidade também tem esse papel é esse olhar técnico. A gente tem que consolidar em três aspectos: o trabalho de sensibilização realizado pela assistência social; a vistoria técnica; e o acompanhamento da realização da obra”, avalia o superintendente Técnico do Crea.
Adriano Lucena ainda destaca a importância de fazer um trabalho de sensibilização com a população, estimulando a contratação de profissionais habilitados. “Mostrar a diferença de um serviço executado por um profissional habilitado com o que ele tinha antes. ‘Veja como está a sua casa agora e como estava antes’, é o que a gente precisa dizer e mostrar”, adianta o presidente do Crea, lembrando que o Conselho implantou a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) Social com o valor de R$ 3,50, bem abaixo do custo a partir de R$ 88,78, para estimular a contratação de profissionais habilitados por moradores da comunidades.
Uma das ideias desta parceria é orientar as comunidades atingidas com as chuvas a usar o auxílio emergencial de R$ 3 mil repassado pelo Governo para os moradores de perímetro inundável e por terem verificados danos na sua casa, de forma a garantir uma moradia segura. “Claro que é preciso respeitar as necessidades e prioridades dos moradores dentro de sua realidade”, observa Flaviana Gomes. “A gente tem que ter uma flexibilidade e trabalhar uma lógica de segurança e habitabilidade mínima”, destaca o secretário.
Depois da reunião desta segunda-feira, o próximo passo é conhecer a comunidade de Vila Arraes. Foi marcada uma visita para esta quarta-feira (20), a partir das 8h30. Será feita por uma equipe formada pela secretaria, pela UPE e pelo Crea-PE. Após esta visita, novas ações devem ser traçadas.