O Projeto Parque Capibaribe, mais especificamente, as intervenções para a construção do Parque das Graças e a sua relação com as margens do Rio Capibaribe, foi tema da live da terça-feira (27), no Crea Convida, transmitido pela TV Crea no canal do Conselho no YouTube. Para tratar do assunto foram convidados Rafael Dubeux, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife; e Fernanda Costa, advogada integrante da Associação Por Amor às Graças. O presidente em exercício do Crea-PE, engenheiro eletricista Roberto Freire, foi anfitrião e debatedor na discussão.
A live na íntegra pode ser conferida aqui.
O Parque das Graças, nova área verde projetada para o Recife, teve o início das obras anunciado pela prefeitura em março e compõe um dos trechos do Projeto Parque Capibaribe. O empreendimento foi desenvolvido por meio de acordo de cooperação técnica entre a PCR e UFPE.
De acordo com os projetos apresentados, o novo espaço que está sendo construído nas margens do Rio Capibaribe, no bairro das Graças, entre as pontes da Torre e da Capunga, tem foco na promoção da recuperação ambiental, construção de áreas para atividades físicas, sociais e culturais, como playground, áreas para ginástica, convivência e piquenique, parcão, píer, mirante e área de refúgio da fauna.
“Queremos integrar o parque à cidade e com este objetivo teremos um sistema de infraestrutura de mobilidade que inclui ciclovias que liguem os bairros, passarelas, calçamentos apropriados, arborização. Para isso, nas diretrizes urbanísticas da obra estão contemplados projetos sensíveis à natureza, à experiência e às pessoas, de forma a estimular a inclusão e a diversificação de atividades para todos. A conclusão das obras está prevista para 2023”, detalhou Rafael Dubeux.
A advogada e urbanista Fernanda Costa fez uma retrospectiva dos acontecimentos que culminaram com a inclusão do Parque das Graças no projeto, que não estava previsto originalmente, após demanda dos moradores da área através da Associação Por Amor às Graças.
Ela conta que o projeto apresentado previa a construção de quatro faixas de rolamento e uma ciclovia e um avanço no rio de pouco mais de 30 metros. “O projeto usava a lógica dos anos 80, com a expansão dos espaços para os carros. Lutamos para incorporar o bairro das Graças no projeto incorporando-o ao rio. Reivindicamos a criação de um equipamento público que fosse ao mesmo tempo área de convivência e lazer. Um espaço de contemplação, de atividades comunitárias”, conta Fernanda Costa.
Fernanda comemora as alterações no projeto original, que reduziram bastante os impactos, mas diz que muitas das reivindicações não foram atendidas. “Nos garantiram que o projeto iria contemplar a reabilitação e tratamento diferenciado para toda a área de influência do projeto com limite de espaços disponíveis para o mercado imobiliário, o que não aconteceu. O mercado arrematou o que pôde. Lastimamos essa perda para a ambiência da cidade”, concluiu.
PARQUE CAPIBARIBE – O projeto Parque Capibaribe propõe implantar, no Recife, um sistema de parques urbanos articulados pelas margens do Rio Capibaribe, ao longo de 30 quilômetros, proporcionando a regeneração da natureza e a resiliência da cidade frente aos impactos do clima. Estão previstos passeios, ciclovias, áreas de estar, passarelas e píeres, beneficiando mais de 500 mil pessoas e 44 bairros. Já foram implementados o Jardim do Baobá, nas Graças, e a Praça Otávio de Freitas, no Derby.
INCITI – A rede Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades, da UFPE, articula atualmente grupos de pesquisa e instituições civis para conceber programas e projetos para melhoria da qualidade de vida em cidades nas bacias de rios, visando o manejo de parques ambientais, a regeneração de matas ciliares e principalmente a conservação de recursos hídricos, os mais impactados pelas mudanças climáticas.