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Com participação do Crea-PE, audiência pública debate os impactos da energia eólica no ecossistema

Reunião na Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa abordou os problemas causados ao meio ambiente e às pessoas pelos projetos implantados no Sertão do Estado

Foto: Nando Chiapetta/Alepe

Os impactos e soluções dos projetos de energia eólica no ecossistema foram tema de audiência pública, nesta segunda-feira (4), na Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Pernambuco. O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, foi representado no debate pela conselheira Roseanne Araújo, coordenadora da Câmara Especializada de Energia Elétrica do Conselho.  

Roseanne Araújo alertou sobre os impactos da implantação de parques eólicos para o meio ambiente e na saúde das pessoas. Segundo a conselheira, o primeiro impacto, ainda na construção, é o desmatamento. “Os parques são implantados onde há as melhores jazidas, e é necessário abrir espaço em locais onde há grande vegetação”, argumentou. Com as torres instaladas, as vibrações e ruídos que causam problemas de saúde para os moradores próximos e aos animais.

A conselheira, que também representou o Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE), propôs que os parques em implantação sejam estudados, com o envolvimento da sociedade civil, para mitigar os impactos. De acordo com Roseanne Araújo, já existem algumas soluções, inclusive internacionais, que merecem ser avaliadas. 

“Os parques eólicos têm causado um novo êxodo das pessoas do campo de forma impositiva. Não queremos que se repita com a nossa caatinga, o que está ocorrendo em Maceió”. Vários bairros da capital de Alagoas foram desocupados por conta do risco de afundamento, em decorrência de anos de mineração no subsolo. 

Cícera Nunes, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), defendeu o questionamento do modelo de energia eólica. “Precisamos construir, junto à Assembleia Legislativa, formas de não agressão à vida e ao meio ambiente no nosso Estado”, enfatizou. 

O presidente da Comissão, deputado João Paulo (PT) defendeu a mobilização de todos em torno de soluções para mitigar os impactos das torres de energia eólicas para chamar atenção para o problema. A audiência contou ainda com a presença de representantes de comunidades, das universidades, governo federal e do Consórcio Nordeste.

 

 

 

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