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Com condições favoráveis no Sertão, Petrolina desponta como maior produtora de energia solar de Pernambuco

Fachada da inspetoria de Petrolina

Nos últimos anos, Petrolina tem se destacado como a maior produtora de energia solar de Pernambuco. A alta radiação solar e a pouca nebulosidade durante o ano oferecem boas condições, o que explica o excelente resultado do município no setor. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que Petrolina gera 18% da energia solar do Estado, aparecendo no ranking dos maiores produtores do Brasil.

“A cidade ocupa a 10ª posição nacional com uma potência de 33 megawatts (MW). Na região Nordeste, aparece atrás somente de Fortaleza”, diz o engenheiro eletricista Irinaldo Alfredo de Menezes, funcionário de uma empresa de instalação de sistema solar e entusiasta do setor. 

“A energia solar é uma das melhores energias renováveis que conheço, principalmente, para pequenos empreendimentos. A grande vantagem é que todo o sistema gera a energia no espaço do próprio negócio ou residência, oferecendo autonomia ao investidor que é dono do seu próprio sistema e não precisa comprar energia no mercado livre. Outra vantagem é que, em tempos de crise energética como a que estamos vivendo agora, quem investiu ou investe na energia solar está livre da obrigatoriedade de pagar por quilowatt utilizado”, ressalta.

Ainda de acordo com Menezes, a instalação de sistemas no ano passado teve uma queda considerável em função da pandemia, mas, com o aumento do valor cobrado pela energia, a procura este ano aumentou e o mercado voltou a aquecer.

Apontando as vantagens da obtenção do sistema de energia solar, o engenheiro eletricista diz que um investimento da ordem de R$ 16 mil é capaz de produzir 500 quilowatts e gerar retorno em cerca de quatro anos ou menos. “Quando se faz um financiamento para obtenção do sistema, o banco já calcula a parcela com base no valor da conta de energia e as parcelas não ultrapassam o valor das contas que eram pagas à companhia de eletricidade. As pessoas trocam gastos por investimentos”, afirma.

Maria Dolores Caldas, moradora do bairro Vila Eduardo, em Petrolina, fala que a instalação do sistema foi uma decisão acertada. “Fiz a instalação do sistema para produção de 1000kw po mês. Esse número corresponde à soma do gasto de energia da minha casa e de uma pequena propriedade que temos. Quando adquiri os equipamentos, há 4 anos, paguei R$ 8 mil. Hoje, o investimento já se pagou e não temos mais a preocupação com os altos valores cobrados para grande parte da população pelo uso da energia elétrica”, explica.

Ana Rita dos Santos

Para a professora e engenheira agrônoma Ana Rita dos Santos, inspetora coordenadora do Crea-PE em Petrolina, o papel do Conselho é garantir que os investimentos se traduzam em fortalecimento dos profissionais. “A busca por energias renováveis impulsiona as cidades para um novo olhar sobre questões ambientais. É preciso, agora, democratizá-las e torná-las mais acessíveis para famílias de baixa renda e pequenos produtores. As engenharias têm um papel fundamental na difusão da tecnologia e o Crea-PE tem muito a contribuir com esse processo. Há mercado forte para atuação especialmente de engenheiros eletricistas e o investimento realizado no setor precisa vir acompanhado do aumento do emprego de mão-de-obra qualificada e adequadamente remunerada”


Dados da energia solar

Segundo publicação da Absolar, em Petrolina existem 25 empresas de instalação dos sistemas de energia solar. O Estado é o 12º em geração deste tipo de energia e o terceiro do Nordeste, ficando atrás apenas do Ceará e da Bahia. Os investimentos na área levaram o país à nona posição dos produtores mundiais, com mais de 3 mil MW.

 

O Crea-PE em Petrolina

Distante cerca de 720 quilômetros da capital pernambucana, Petrolina foi a cidade escolhida para abrigar a primeira inspetoria com sede própria do Crea-PE, que conta ainda com a Associação dos Engenheiros e Agrônomos do Sertão de Pernambuco (Assea). A unidade tem como principal objetivo prestar serviços e fiscalizar as atividades dos profissionais e empresas dos diversos ramos da Engenharia, Agronomia e Geociências, em especial, nas áreas da agricultura irrigada no Vale do São Francisco.

 

 

 

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