Crea-PE

Agronegócio no centro das discussões do Crea Desenvolve de Petrolina

Cidade sertaneja recebe a terceira edição do projeto do Conselho que já passou por Santa Cruz do Capibaribe e Serra Talhada, seguindo depois para Araripina e Carpina

Responsável por 98% da exportação de uvas do Brasil, Petrolina, incrustada no Sertão do São Francisco, teve nesta quinta-feira (11) o primeiro dia da terceira edição do Crea Desenvolve. Distante pouco mais de 710 quilômetros do Recife, o município é o epicentro da geração de empregos no setor de agronegócios, além de figurar no primeiro lugar do ranking nacional entre as “Melhores Cidades para Fazer Negócios”, neste segmento, conforme levantamento elaborado pela consultoria Urban Systems.

As informações compõem a fala do prefeito de Petrolina, em exercício, Simão Amorim Durando Filho (DEM), que fez a abertura do evento. Durando Filho começou sua participação agradecendo a iniciativa do Crea-PE na construção de um evento que vai discutir caminhos para um maior desenvolvimento a Petrolina e região. Ele assegurou que as propostas contidas na Carta Crea Desenvolve Petrolina, um levantamento das sugestões colhidas entre os participantes nos dois dias do encontro, serão avaliadas e colocadas em prática em consonância com o plano de governo municipal.

O prefeito em exercício compôs a mesa de abertura do evento. Ao seu lado, o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena. Entre os presentes à mesa: a inspetora coordenadora da Inspetoria de Petrolina, Ana Rita Leandro dos Santos; o gerente regional do Instituto Regional Agronômico de Pernambuco, João Batista; o vice-presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis – Pernambuco, Audrey Nogueira de Oliveira; o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos, Tecnólogos e Técnicos do Vale do São Francisco, Urbano da Costa Lins; o superintendente da Covasf, Arivalter Cordeiro; e a gerente do Senac Petrolina, Morgana Patrícia Carvalho.

O tom dos discursos dos presentes era o mesmo: a pujança econômica do Petrolina, uma terra de oportunidades. Mas nada que esteja bom que não precise melhorar e principalmente ser amplificado para as cidades que se avizinham, a exemplo de Afrânio, Dormentes, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Cruz, Santa Filomena e Santa Maria da Boa Vista, no perímetro da Inspetoria de Petrolina, observou Adriano Lucena. “Tem que ser bom para a gente e ser bom para o outro. Ser bom para Petrolina, tem que ser bom para Juazeiro (BA). Tem que ser bom para Pernambuco, mas tem que ser bom para a Bahia, tem que ser bom para o Brasil. Nós precisamos caminhar de mão dadas” atestou Lucena.

Ele destacou que ao final do encontro, a Carta de Petrolina reunirá as dores, as angústias e as alegrias listadas pelos participantes que vivenciam as oportunidades da cidade e o que precisa ser ajustado gerar mais opções. O documento será o primeiro passo para a execução dos futuros e grandiosos projetos. “Um País forte, com crescimento econômico, passa obrigatoriamente por nós e nós temos que estar preparados tecnicamente, politicamente, com cidadania, mas acima de tudo, consenso que nós queremos viver num mundo melhor”, avaliou Lucena.

Após a abertura do evento, o superintendente técnico do Crea, Nielsen Christianni, detalhou a dinâmica do encontro, com a formação de três grupos de trabalho conforme os eixos: infraestrutura para o desenvolvimento, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento das atividades agrícolas, pecuárias e florestais. Na sua fala, Christianni reforçou a declaração de Adriano Lucena sobre a importância dos setores que compõem os profissionais do Crea, onde tais atividades representam cerca de 80% da geração do PIB (Produto Interno Bruto – somatório das riquezas produzidas no País) nacional.

Para encerrar a manhã do encontro, o presidente da Valexport, José Gualberto de Freitas Almeida, e o gerente geral da Valexport, Tassio Lustosa, apresentaram a palestra “Irrigação no Vale do São Francisco: origens, atualidade e futuro”. A força do agronegócio foi apresentada em números. Somente a fruticultura é responsável pela geração de 250 mil empregos diretos e 950 mil indiretos, na região, conforme levantamento da Embrapa.

As seis vinícolas em atividade no Vale do São Francisco são responsáveis por investimentos da ordem de US$ 90 milhões. São 400 hectares plantados, com 20 variedades de uvas finas e uma produção anual de 10 milhões de litros de vinho, sendo 50 rótulos com reconhecimento nacional e internacional, conforme os números apresentados por Lustosa.

José Gualberto lembrou que o polo é uma realidade que vem sendo construída ao longo das últimas décadas, com aposta na ciência, tecnologia, além de vontade política. “Não surgiu do dia para a noite. Foi um trabalho realizado ano a ano e que tem muito a ser feito”, assegurou o presidente da Valexport, destacando a importância da discussão motivada pelo Crea, uma instituição com um protagonismo que tem muito a contribuir com o desenvolvimento do Estado, segundo ele.

Na parte da tarde, os grupos de trabalho discutiram propostas para a composição da carta. O documento será concluído no segundo e último dia do evento, nesta sexta-feira (12). Depois será lido e encaminhado às autoridades locais para balizar o planejamento na execução dos projetos propostos.

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