Conheça a história do engenheiro de materiais e sócio da Ecopel Indústrias de Plástico e seu investimento no conhecimento das modalidades das engenharias
A engenharia é uma peça fundamental na criação de processos eficientes de reciclagem e logística reversa. A partir dos conhecimentos na área, é possível desenvolver tecnologias que tornem o reaproveitamento dos resíduos mais rápido e eficiente. Que o diga o engenheiro de materiais, Giscardi Cavalcante de Souza. Hoje, sócio da Ecopel Indústrias de Plástico, trabalha com reciclagem e logística reversa, usufruindo de todo o conhecimento que as engenharias podem proporcionar para fortalecer e ampliar seu negócio.
Os números mostram que ele está no caminho certo. A produção da empresa começou na casa das 350 toneladas/ano e atualmente, quatro anos depois, o montante está em torno de 2 mil toneladas/ano. “Faz-se muita engenharia diária”, garante Souza, citando o exemplo de quando criaram, na sua empresa, válvulas pneumáticas para atender determinados processos.
A engenharia entrou na vida dele pelo DNA mesmo. De uma família de engenheiros, com tios, primos, presenciar procedimentos de terraplanagem quando criança era lugar comum para o engenheiro de materiais. Principalmente quando morou em Petrolina. Com aptidão para números e cálculos, chegou a cursar simultaneamente Engenharia e Química. No currículo, experiências com grandes empresas, onde teve a oportunidade de aprender muitas vertentes dos processos produtivos da engenharia.
Depois de acumular conhecimento na área, principalmente na iniciativa privada, teve uma mudança de chave na vida, quando recebeu o convite de um amigo para um projeto. Deu o primeiro passo na vida de empreendedor. Foi fisgado pela reciclagem e logística reversa. Um mercado novo que se abriu e que Giscardi Souza mergulhou atrás de conhecimento e informações para se apropriar dos processos.
Um mercado bem amplo, diga-se de passagem. O Brasil é o quarto país que mais produz lixo plástico no mundo. Um relatório feito pela organização não governamental WWF (Fundo Mundial para a Natureza), em 2019, apontou que anualmente são geradas 11,4 milhões de toneladas desse resíduo. Desse total, apenas 1,2% é reciclado, correspondendo a 145 mil toneladas.
Tal imersão rendeu ao engenheiro de materiais conhecimentos coletados em várias frentes. A exemplo das participações na Feira K, na Alemanha, a mais famosa feira da indústria do plástico no mundo. “E o grande mote destes eventos é a reciclagem, a logística reversa”, atesta Souza, que tem na lista de clientes empresas como a Braskem, a Bridgestone, além de uma carteira de empresas de pequeno e médio portes.
“Romantizam muito a engenharia e empreender na engenharia. Empreender na engenharia é ter o poder de salvar vidas ou destruir vidas. É uma responsabilidade muito grande: como o meio ambiente, com as pessoas, com o produto que está desenvolvendo para a sociedade”, avalia o empresário. Por isso mesmo foi bem criterioso desde a elaboração do plano de negócio até todos os projetos que está à frente. A especialização da Ecopel é na reciclagem de embalagens flexíveis monocamada e multicamadas, preponderantemente de polietilenos.
“É preciso de muita engenharia para reestruturar um produto que foi para o resíduo, para o lixo como descarte, que ninguém quer, e voltar para a sociedade como algo que agrega valor, como algo que você pode confiar”, assegura o sócio da Ecopel. Para ele, hoje o maior desafio é a mão de obra qualificada. “O desafio não é crescer apenas, mas onde encontrar pessoas qualificadas, com conhecimento de engenharia para lidar com meu desenvolvimento de produto, com a operação”, pontua o empresário, um entusiasta da boa engenharia.