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A Engenharia Civil como herança familiar

Maria Edith Pinheiro seguiu os passos do pai Lauro Pinheiro, engenheiro civil especialista em construção de barragens

A expressão “filho de peixe, peixinho é” se ajusta perfeitamente na vida da engenheira civil Maria Edith Pinheiro. Nasceu no ano em que o pai formou-se em engenheiro civil. Teve o privilégio de participar da sua formatura. O fato de se identificar com a área de Exatas e de ter os canteiros de obras como parte de diversão, ainda quando criança, certamente pesaram na escolha de Maria Edith pela profissão.

Ela lembra que na comemoração dos 50 anos de formado do pai, o engenheiro civil Lauro Pinheiro, referência na área da engenharia voltada para barragens, foi à celebração com seu neto, primeiro bisneto do pai. Foi mãe antes mesmo de concluir o curso. Conciliou estudos, maternidade e estágio de uma forma que nem ela acredita.

À época, estava no seu segundo estágio, na Compesa. Local onde construiu sua vida profissional. O primeiro estágio na área de engenharia foi com o pai, quando ele trabalhava no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). “Nem tinha começado e tirei uma nota baixa na universidade. Papai me demitiu e me mandou me concentrar nos estudos para aprender mais”, lembra ela, sorrindo da postura do pai.

Zero mágoa da atitude paterna. E a parceria no trabalho aconteceria anos depois, quando ela, já na Compesa, tocou um projeto de um investimento alemão na construção de duas barragens. A empresa do pai foi selecionada para executar a obra de uma das barragens e Maria Edith preferiu não ser a gestora do contrato. Mas eles participavam de reuniões sobre as construções e ela recorda com orgulho deste privilégio de trabalhar com ele.

Elvio Dalla Nora herdou o nome e a profissão de engenheiro civil do avô e hoje trabalha na empresa que o avô fundou

A expressão de filho de peixe precisa de uma adaptação no caso do engenheiro civil, Elvio Dalla Nora. A linhagem destes profissionais na sua família começa com o avô, passando para seu pai e enfim chegando a ele. “Meu pai foi o grande influenciador na minha decisão pela engenharia civil. Desde muito cedo ele me levava para as obras. Na época, a construção civil trabalhava aos sábados e a família toda ia”, conta Dalla Nora.

A vivência nas obras despertou o fascínio de Dalla Nora pela engenharia, que se encantava com o poder de transformação que a engenharia tinha. A “magia” de preencher um terreno vazio numa fábrica, num prédio despertou a vontade de seguir a profissão. O engenheiro herdou, além da profissão do avô, seu nome. Não chegou a conhecê-lo, já que nasceu quatro anos depois que ele faleceu. Hoje, trabalha na empresa que o avô fundou na década de 1940.

Fábio Matos Ribeiro é engenheiro civil como o pai, o irmão e ainda tem um irmão que é engenheiro eletricista

Uma casa de engenheiros. Assim pode ser classificada a família de Fábio Matos Ribeiro. Ele é engenheiro civil como o irmão e o pai e ainda tem um irmão que é engenheiro eletricista. Nem precisa dizer qual era o programa do sábado da família: os canteiros de obras que o pai trabalhava.

A rotina do pai se fez tão presente na vida de Fábio Matos que o caminho da engenharia civil foi natural. Antes mesmo de entrar na faculdade, já trabalhava na construtora do pai. “Já comecei na faculdade com experiência na área. Fui aprendendo na prática mesmo”, admite o engenheiro civil.

Para ele, a vantagem de ter um pai engenheiro era a troca de experiência e aprendizado no convívio diário, dentro de casa mesmo. O trabalho com a empresa família foi um grande aprendizado. Mas hoje, se pudesse voltar no tempo, teria optado em começar num ambiente externo à família. E foi isso que ele fez há pouco mais de três anos. Cortou o cordão umbilical familiar e hoje trabalha numa empresa privada. Levou a experiência adquirida e trouxe conhecimento para a fonte que inspirou seu trabalho.

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