Associação pernambucana foi a primeira do Nordeste e foi criada, entre outras bandeiras, para a tornar a categoria mais forte e coesa na luta pela valorização profissional
Há 29 anos, no dia 26 de maio de 1993, nascia a Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais. Primeira do Nordeste, a Apeef é fruto do desejo de tornar a categoria mais forte e coesa na luta pela valorização profissional, inserção no mercado de trabalho, conquista dos espaços da categoria no campo de trabalho muitas vezes “tomado” por profissionais de outras modalidades, pagamento do salário mínimo profissional, entre outros.
De acordo com o presidente eleito para um mandato de quatro anos iniciado em abril de 2022, Gustavo Lima, muitos são os desafios da categoria. “Estamos buscando, com o apoio do Crea-PE, conquistar o nosso espaço assim como acontece com as demais categorias que são representadas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua. Impedir, via travamento do sistema, que profissionais de outras modalidades registrem as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) de serviços que, por competência, são dos engenheiros florestais, obter o percentual que nos cabe no pagamento das Anotações de Responsabilidades Técnicas (ART) registradas no Conselho para os serviços da engenharia florestal e pagamento do salário mínimo profissional também são ações que nos comprometemos a fazer à frente da Apeef”, falou o presidente.
Dentre as atividades que são disputadas por outras profissões, Gustavo Lima chama atenção para o fato de que os próprios órgãos de licenciamento não reconhecem, por exemplo, a atividade de resgate e afugentamento como dos engenheiros florestais. “Essa atividade é exercida por biólogos . É necessário nos unirmos para fortalecer a luta pelo fim dessas distorções que prejudicam a categoria, a atividade e, como consequência, a sociedade”, pondera o presidente da Apeef.
Composta por diretoria e conselhos consultivo e deliberativo, a Apeef conta com 530 associados, sendo esses, profissionais ou estudantes. Sua representatividade se estende a órgãos como o Crea-PE, onde há três conselheiros (UFRPE, Faciagra e Apeef) que compõem a Câmara de Agronomia, grupo no qual a modalidade está inserida. A Apeef também está presente no Conselho Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal do Recife (Comam) e, no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), onde atua na Câmara de Julgamento de Recursos de Processos e outros.
Para o primeiro presidente da Apeef, Aloysio Costa, a importância da entidade está, principalmente, no fato de que no bojo das suas responsabilidades a defesa da floresta, que tem valor incalculável para o bem-estar da sociedade. “Por isso é necessário que haja a produção de sistemas mais justos tanto para as comunidades, quanto para a natureza”, esclarece Aloysio Costa.
“É com satisfação e alegria que parabenizo pelos 29 anos de atuação da Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais, entidade em que tive a honra de presidir em dois mandatos. Há três décadas fervilhava em Pernambuco, com o já existente curso de engenharia florestal na UFRPE, um dos pioneiros do Nordeste, um debate sobre a política ambiental do Estado, no qual surgiu a Apeef, a criação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco”, declara o ex-presidente da Apeef e atual superintendente Técnico do Crea-PE, Nielsen Christianni.
Ele lembra que foi nesse período que a associação atuou, mobilizando os profissionais, participando de fóruns e conselhos profissionais, em definições de políticas públicas. “Hoje, a Apeef, ao completar 29 anos, presta um grande serviço à população, aos profissionais, à sociedade, ao meio ambiente”, assegura o ex-presidente, desejando que a associação continue prestando esse serviço em que leva a ciência a produzir efeitos benéficos na vida da sociedade.
O ex-presidente da Apeef, José Roberto da Silva, fala da necessidade de conscientizar a todos sobre o papel da categoria na salvaguarda dos recursos naturais necessários à sustentabilidade do planeta e à perpetuação das espécies. “O coração da engenharia florestal é a atividade de manejo florestal. Por meio dela, é possível manter a condição de replantio de uma árvore no local em que outra foi retirada. Dependendo da espécie em questão, há técnicas que são aplicadas com essa finalidade. Isso graças ao trabalho que desenvolvemos para possibilitar a regeneração natural das diversas espécies”, explica José Roberto.
A professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, vice-presidente da primeira diretoria da Apeef em 1993, Isabelle Meunier, contextualiza a época do surgimento dos primeiros cursos de engenharia florestal. Ela lembra que a política de incentivo ao reflorestamento do Governo Federal e a expansão das universidades foram decisivos para a criação dos primeiros cursos no Brasil. “A necessidade de produzir matéria-prima para sustentar a expansão da produção de celulose, cimento e aço revelou um novo nicho e com ele a necessidade de formar profissionais com competência técnica para a atividade. A questão ambiental veio depois”, diz a professora.
O curso da UFRPE foi criado em 1975 e recebeu sua primeira turma de estudantes em 1976, sendo o primeiro do Nordeste, com o desafio de formar profissionais para atuar na região. Meunier, no entanto, revela que sente a necessidade de um maior engajamento dos seus pares, com o objetivo de fortalecer a entidade que os representa. “Precisamos nos unir, nos fazer fortes e engajados. A associação, por si só, não tem como atuar em prol das nossas causas. É preciso união e comprometimento de todos”, avalia.
“São 29 anos de um trabalho belíssimo, junto ao Crea, junto aos profissionais, junto à sociedade. Nesse momento, o Crea faz um agradecimento público o trabalho que vocês fazem dentro da instituição Crea, mas acima de tudo para a sociedade”, saúda o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, destacando que a associação realiza “um debate plural, um debate assertivo, de inclusão, da harmonização, defesa do verde, em defesa do meio ambiente, mas a favor de todos nós. Parabéns! Que venham muitos e muitos anos.”
EVENTOS
De 12 a 15 de julho próximo, os engenheiros florestais realizam o 9º Congresso Florestal Brasileiro. O encontro, que será virtual, irá resgatar a história desses eventos magnos e trazer à sociedade e aos profissionais, instituições e empresas que atuam no setor florestal, as inovações e atualizações científicas e tecnológicas, focadas nos desafios e nas oportunidades para a gestão, o uso sustentável, a conservação das florestas brasileiras e o desenvolvimento social.
No Estado, a associação lançará em junho, a 5ª edição do Prêmio Zé Ferraz do Mérito Florestal. Nele, concorrem participantes de quatro categorias: profissional destaque do ano; entidade amiga da engenharia florestal; amigo da engenharia florestal e; categoria post mortem.
Os vencedores de cada categoria receberão troféu e certificado de participação no dia 12 de julho, data em que é comemorado o Dia do Engenheiro Florestal.
