Coordenador da autarquia foi recebido pelo presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, na última terça-feira (17)
O coordenador do curso de engenharia civil da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (Aesa), Milton Barros, e o parceiro da Aesa, o professor Valdemir Barbosa, foram recebidos na última terça-feira (17) pelo presidente do Crea-PE, Adriano Lucena. Na pauta, o registro do curso de engenharia na Aesa, a instalação de inspetoria do Conselho em Arcoverde e parcerias para utilizar resíduos da construção civil para a produção de matéria-prima, dentro projeto de aterro sanitário daquele município.
Na reunião, participaram o vice-presidente do Crea, Stênio Cuentro, e o superintendente do Conselho, Nielsen Christianni. Sobre o registro do curso, Milton Barros informou que já foi dada a entrada em toda a documentação. A ideia é que possa ser anunciada a validação do registro em 9 de setembro, quando Adriano Lucena ministrará duas palestras para os alunos da Aesa.
A inspetoria já é uma realidade, segundo Milton Barros. Só falta definir a localização. A sugestão de Adriano Lucena é que seja dentro da própria Aesa, uma forma de aproximar o Crea dos estudantes. Seria a primeira inspetoria do Crea-PE dentro de uma faculdade. O coordenador do curso disse que a Prefeitura de Arcoverde disponibilizou um local perto da Secretaria de Obras. “Mas estamos vendo onde ficará melhor”, assegurou Barros, destacando que a ideia é que seja mais que uma inspetoria e sim uma regional do Crea em Arcoverde.
Milton Barros e Valdemir Barbosa também apresentaram um projeto de redução da pobreza. Nele, é feito uma parceria com as prefeituras para o resíduo de construção ser entregue a uma cooperativa para que o material seja processado, melhorado, beneficiado e esse material volta como matéria-prima para a própria construção civil.
“A sugestão que o Crea deu para o projeto é que se poderia entrar num banco de materiais da prefeitura, que foi uma experiência do Governo do Estado, na década de 1980, feita pela Cohab. Não era com resíduo da construção, mas era um banco de materiais onde ainda hoje muitas prefeituras continuam fornecendo telha, tijolo, cimento, areia para que o morador possa melhorar a sua habitação”, explicou Stênio Cuentro.
O coordenador da Aesa disse que para esse projeto já existe a parceria entre a Aesa, a UFPE e a Prefeitura de Arcoverde. “A ideia é aproveitar o resíduo da construção civil para virar matéria-prima de novo e criar novos materiais, porque aí entra o departamento de materiais da UFPE, que está estudando essa possibilidade de criar novos materiais a partir dos resíduos da construção”, explicou.
O projeto faz parte de um propósito maior, ligada à questão do aterro sanitário de Arcoverde. Hoje, o local recebe o lixo dos municípios de Tupanatinga, Buíque, Itaíba e Pedra, segundo Valdemir Barbosa. “A gente precisa melhorar a quantidade desses resíduos, seja por coleta seletiva nos municípios, compostagem acelerada, produção de gás, para dar um tempo maior de vida a esse aterro. Porque, quando se projeta um aterro, é para uns 20 anos. Se eu trabalho numa redução de resíduos na própria fonte, que é nos municípios, um aterro que estivesse projetado para 20 anos, pode chegar a 25, 30 anos”, argumentou Barbosa.
O projeto do aterro sanitário engloba o aproveitamento dos resíduos da construção civil para matéria-prima; um estudo da compostagem acelerada do material orgânico; e a colocação um biodigestor para avaliar o potencial da geração de gás para produzir energia. “É necessário entender qual o perfil do aterro de Arcoverde e ver qual o potencial do lixo da região. A partir daí, a gente diagnostica o que cada município vai precisar para otimizar essa redução de resíduo, com o melhor aproveitamento”, esclareceu Barros, acrescentado: ” A ideia é criar uma expertise para o Estado todo. Estudar esses lixos e saber o potencial de cada um deles. É a gente colocar em prática a engenharia. É ser engenheiro. Não só ter o diploma”, atestou Barros.