Isabella de Roldão vista sede do Crea-PE nesta quarta-feira (18) e ouve as propostas do presidente Adriano Lucena para a cidade e para seus moradores
Uma manhã construtiva. Assim a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão (PDT), classificou sua visita nesta quarta-feira (18) à sede do Crea-PE. Recepcionada pelo presidente Adriano Lucena, conheceu as proposta que o Conselho tem para a cidade e para seus moradores. Pouco depois de uma hora de reunião, a vice-prefeita saiu com o compromisso de agendar encontros para dar continuidade às propostas apresentadas por Lucena, a exemplo do Crea na Comunidade, um projeto que que prevê levar a engenharia às comunidades mais carentes.
“Nós mandamos para a URB um projeto que a gente está chamando de Crea na Comunidade. Com ele, nós queremos levar a engenharia, a geologia, a agronomia para as comunidades carentes. Fazer uma relação do Prezeis (Plano de Regularização das Zonas Especiais de Interesse Social) para que a gente faça um trabalho para que o cidadão que não tem o direito à engenharia, passe a ter”, informou Lucena. Ele argumentou que no mundo jurídico tem a Defensoria Pública para atender à população carente. Na área da saúde existe o SUS (Sistema Único de Saúde) que exerce esse papel. “Na engenharia, a gente tem a Lei da Engenharia Pública, a 11.888, mas que não é colocada em prática. A gente está fazendo alguns acordos de cooperação técnica já com alguns municípios, inclusive o Cabo já fez esse acordo, Ipojuca, Sirinhaém”, explicou o presidente.
As ouvir as colocações de Lucena, a vice-prefeita reagiu: “Que legal. Vamos marcar essa conversa. Posso ajudar no que for preciso. Eu sou muito ligada ao Prezeis. Seria um ganho enorme para a gestão e para a comunidade. Poderia ser um grande convênio com o Crea”. Lucena lembrou que esse é um tema que o prefeito vem defendendo na campanha com a regularização de 50 mil títulos de posse a moradores do Recife. “É um desafio gigante, mas é possível”, atestou Lucena.
“Se eu fosse escolher as áreas prioritárias para esse projeto seriam as Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social). A partir do momento que você regulariza, você permite que o dono da casa, com o papel na mão, que ele tire empréstimo, que ele ajeite a casa, que ele reforme. Aí você começa uma geração incrível de renda para a própria comunidade, porque aí o vizinho é pintor, tem um armazém na comunidade que vende a tinta, que vende a massa, que vende todo material”, explica Isabella.
A vice-prefeita vai marcar, no seu gabinete, uma reunião entre o Crea e as secretarias de Governo, Habitação, Infraestrutura, Saneamento e Meio Ambiente para dar andamento à proposta do Crea nas Comunidades. “O desejo da gente é envolver a engenharia da Prefeitura dentro do Crea, elaborar e pensar projetos como foi proposto por ele (Lucena) para que a gente possa chegar com essa engenharia para as comunidades, para as nossas áreas Zeis, entendo assim nossa essencialidade do serviço que o Crea aqui representa de toda essa engenharia”, resumiu a vice-prefeita.
Como primeira mulher a ocupar a vice-prefeitura do Recife, Isabella sabe da importância do seu papel na igualdade de gêneros e propôs ao Crea ampliar o debate e a equiparação do número de profissionais nas engenharias, um tema que já é defendido pelo próprio Adriano Lucena. Isabella sugeriu ver as condições para as engenheiras nos canteiros de obras, da receptividade, das condições de trabalho. Ela foi além ao colocar as secretarias da Prefeitura, que têm formação em engenharia, à disposição para ampliar esse debate. “A engenharia não é um campo masculino. A engenharia é um campo para quem quiser”, ressaltou Roldão.
TEMAS
A visita de pouco mais de uma hora rendeu vários temas. Entre eles, um trabalho que o Crea vem realizando entre os engenheiros que trabalham no poder público. “Esses profissionais não registram seus acervos ao longo da sua vida profissional, se aposentam com 55, 60 anos, voltam ao mercado de trabalho e não tem isso nos currículos. Quando ele vai participar de uma licitação, ele não pode porque não tem todo esse acervo”, explicou Adriano Lucena. A vice-prefeita questionou como a Prefeitura poderia estimular os engenheiros do quadro da administração municipal a aderir a este resgate. Lucena prontamente respondeu: com um convênio. Porque se hoje ele for pagar, ele vai pagar uma taxa muito alta, segundo Lucena. “Com o convênio é possível cobrar uma taxa simbólica”, garantiu.
O projeto do Memorial da Engenharia e todo o contexto de recuperação do Centro da cidade, com uma rota turística também foi apresentada a Isabella. A vice-prefeita colocou-se à disposição para discutir e apoiar a proposta que prevê a instalação do primeiro memorial da categoria do País no prédio que abrigou a antiga Escola de Engenharia de Pernambuco. O encontro contou ainda com as presenças do chefe de gabinete do Crea, Ermes Costa, e do presidente do diretório municipal do Recife do PDT e engenheiro civil Fábio Fiorenzano.
Para Lucena, o resultado do encontro foi positivo. “Primeiro, temos que agradecer à vice-prefeita estar aqui conosco no Crea para que a gente pudesse apresentar os nossos projetos. O Crea nas Comunidades é um projeto que não só para engenharia, mas um projeto de cidadania para os moradores da cidade do Recife. Nós queremos implementar e a vice-prefeita já saiu com um compromisso de aglutinar os secretários ligados à infraestrutura, ligados ao meio ambiente para que a gente pudesse apresentar esse projeto para cidade do Recife”, destacou o presidente.