Pesquisa do IBGE divulgada quinta-feira (17) revela o valor gerado com incorporações, obras e/ou serviços nesta indústria
Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2019 divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traçou um cenário positivo na indústria da construção civil. Os dados apontam para uma geração de R$ 288 bilhões no valor total de incorporações, obras e/ou serviços em 2019.
Deste montante, R$ 273,8 bilhões (95,1%) entraram na conta de obras e/ou serviços e os R$ 14,2 bilhões (4,9%) restantes são de incorporações. Pela pesquisa do IBGE, entre 2010 e 2019, foi registrada uma perda de participação das obras de infraestrutura no valor gerado pelo setor: de 44,1% para 32,2%. Já construção de edifícios avançou de 39,1% para 44,2% no período, assumindo o primeiro lugar no ranking. Mas a maior alta foi de serviços especializados para construção: de 16,8% para 23,6%.
Os números da pesquisa mostram que a indústria da construção tinha 125,1mil, empresas ativas em 2019. Houve pequena alta (mais 481 empresas) frente a 2018, a primeira desde 2015. Já em relação a 2010, o número de empresas do setor cresceu 61,4%. Os dados contabilizados são do ano anterior à pandemia do Coronavírus.
De 2010 para 2019, entre as principais mudanças estruturais constatadas pelo IBGE está a perda de espaço das obras de infraestrutura, cuja participação passou de 44,1% em 2010 para 32,2% em 2019. Esta perda começou em 2012 e foi compensada pelo avanço do segmento de construção de edifícios, que assumiu a liderança, com 44,2% do valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção em 2019. Serviços especializados para construção ficou na terceira colocação, mas foi o que mais ganhou participação ao longo da década: mais 6,8 pontos percentuais, passando de 16,8% para 23,6%.
REMUNERAÇÃO
No quesito remuneração, de 2010 a 2019, o valor médio pago pela indústria da construção oscilou entre 2,7 e 2,3 salários mínimos. O segmento de obras de infraestrutura mostrou a remuneração média mais elevada e, também, a maior variação salarial, entre 3,7 a 2,8 salários mínimos mensais, no período de dez anos analisado.
Já os segmentos de construção de edifícios e o de serviços especializados para construção pagaram, em média, 2,1 salários mínimos em 2019 e mostraram variações bem menores ao longo do intervalo da pesquisa (respectivamente, de 2,1 a 2,4 e de 2 a 2,3 salários mínimos).
FECHAMENTO
O número de empresas no setor de construção passou de 77.509, em 2010, para 125.067, em 2019. O auge da série histórica registrada pelo IBGE foi em 2015 (131.318 empresas) e deste ano até 2019, houve uma queda de 4,8%. O que significa o fechamento de 6,3 mil empresas na indústria da construção.
O levantamento do IBGE ainda mostra que de 2015 para 2019 houve quedas no número de empresas das atividades de construção de edifícios (-3,7% ou menos 1,9 mil empresas) e de serviços especializados (-8,1% ou menos 5,5 mil empresas). Já o segmento de obras de infraestrutura teve expansão de 10,1%, ou cerca de 1,2 mil empresas a mais.
REGIÕES
Os dados do IBGE mostram que a região Nordeste foi ultrapassada pela região Sul na avaliação da participação de empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas no valor de incorporações, obras e/ou serviços da construção. No intervalo de 2010 a 2019, a Sul passou para 18% nesta participação e o Nordeste ficou com 17,5%. O primeiro lugar neste ranking é do Sudeste, cujo percentual de participação é de 49,6%. O Centro-Oeste (8,9%) e o Norte (6,0%) permaneceram na quarta e quinta posições, respectivamente.
O Sudeste ocupava 49,3% dos trabalhadores da construção em 2019. Em 10 anos, o Nordeste foi a região com a retração mais intensa na sua participação de mão de obra, que caiu de 22,7% para 19,7%, acompanhando o movimento de redução na participação do valor gerado em obras no período. O Norte também perdeu participação, caindo de 7% para 5,6%. Já o Sul teve o maior avanço entre 2010 e 2019, com sua participação na ocupação do setor passando de 13,4% para 17,3%, enquanto a participação do Centro-Oeste manteve-se praticamente estável: 8,3%, em 2010, e 8,1%, em 2019.