A geóloga Maria Angélica Batista de Lima da equipe da CPRM, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, foi a convidada para falar no Terça no Crea do dia 20.10 sobre o Atlas das Rochas Ornamentais no Nordeste. O trabalho incluiu informações dos estados de Pernambuco, João Pessoa, Alagoas e do Rio Grande do Norte. A palestra foi transmitida ao vivo, no formato webinar, através do canal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), YouTube e teve como mediadora a chefe de Gabinete do Conselho, Marcella Guimarães.
Maria Angélica explicou que as rochas ornamentais são materiais rochosos naturais que passam por beneficiamento e são comercializados pelos 4 estados com o objetivo de atrair novos investimentos. Os 4 estados trabalhados, fazem parte da área de atuação da superintendência no Nordeste, além de serem os que mais detém tipos de rochas já conceituadas no mercado segundo disse.
A palestrante ressaltou algumas das mais valiosas rochas exóticas ou granitais como são chamadas, de cada um dos estados, chamando a atenção para o fato de que Pernambuco produz rochas das mais comercializadas, lembrando que o Rio Grande do Norte também é reconhecido pala qualidade das suas rochas.
Maria Angélica disse que o trabalho do Atlas foi feito a partir da realização dos ensaios tecnológicos que servem para nortear qualquer trabalho de uso e de manutenção dos minerais. Dando como exemplo da caracterização da rocha que, quanto mais porosa mais água ira deter e, portanto, não tem indicação para uso em ambientes umedecidos.
A geóloga disse ainda que o minucioso trabalho de caracterização das rochas é definitivo para a indicação do uso dos minerais, como piso, revestimentos, ornamentação e outros, com base no que é determinado pelos ensaios tecnológicos podendo diferenciar as que podem ser usadas em revestimentos, pisos e acabamentos das obras da construção civil. Acrescentou que a tecnologia usada tem a capacidade de estabelecer a espessura e a flexão da rocha dado importante para engenheiros, arquitetos e calculistas que têm a responsabilidade de indicar os revestimentos, pisos e acabamentos para grandes prédios.
Com relação à importância do setor para os investimentos e crescimento financeiro, confessou que antes da retração comercial do setor, em 2019 já havia sinais de crescimento ainda que tímidos, havia um bilhão no faturamento que cresceu 2,6% em relação ao ano de 2018.
“Exportamos nossas rochas para países como Estados unidos, China, Itália, México e Reino Unido, mas, não paramos por aí. As rochas brasileiras são conceituadas como de grande qualidade e por isso, são exportadas para 125 países do mundo”, falou com orgulho, a geóloga.
Quanto à forma de comercialização disse que países como China e Itália exportam os minerais em blocos, fazem os beneficiamentos e revendem para outros países, tirando do Brasil a condição de vender suas rochas com valor agregado.
Mais uma vez ressaltou que a pandemia foi responsável pela mudança de todo quadro ligado à indústria e ao comércio no mundo inteiro e que, aguarda a retomada contínua, mesmo que lenta.
A palestrante, mostrou ainda informações relativas aos números alcançados no mercado considerando negócios nacionais e internacionais, ressaltando a excelência da riqueza geológica do Brasil, especialmente no que se refere as rochas
Com os volumes alcançados em 2019, as exportações chegaram à marca de US$ 1 bilhão, US$ 987 milhões de saldo na balança comercial, US$ 5 bilhões de faturamento do arranjo (2015); 10 mil empresas no arranjo, 120 mil empregos diretos e mais de 1.200 variedades de rochas.
Isso mostra quanto o nosso mercado é significativo e importante para os interesses econômicos, concluiu, durante o debate da noite com os internautas participantes do webinar. O conteúdo integral da palestra pode ser acessado pelo canal do youtube Crea-PE Oficial (https://www.youtube.com/c/CreaPEOficial)