No dia 7 de setembro, feriado nacional, comemora-se a Independência do Brasil, declarada pelo Príncipe D. Pedro, no ano de 1822. A data também é conhecida por causa do famoso grito de independência às margens do riacho Ipiranga. A partir de então, o Brasil deixou de ser colônia de Portugal.
Origem
O movimento de independência teve início poucos meses antes, no dia 9 de janeiro do mesmo ano. Naquela data, conhecida como o “Dia do Fico”, D. Pedro recusou-se a seguir as ordens da Corte Portuguesa para que retornasse a Portugal e para que as províncias voltassem a obedecer a Corte de Lisboa. A decisão do Príncipe Regente foi uma resposta aos anseios da população, que pedia sua permanência no Brasil. Foi também uma resposta aos abaixo-assinados recebidos das províncias de São Paulo e Rio de Janeiro, solicitando que ficasse no país.
Nesse movimento, José Bonifácio de Andrada e Silva, membro do governo provisório de São Paulo, teve um papel de destaque. Ele escreveu uma carta a D. Pedro, na qual defendia o papel do Príncipe e criticava a decisão da corte portuguesa. A carta foi publicada na Gazeta do Rio de Janeiro e teve grande impacto popular. Poucos dias depois, José Bonifácio foi nomeado por D. Pedro como ministro do Reino e do Estrangeiro, cargo de forte expressão simbólica, já que era a primeira vez que um brasileiro o assumia.
No dia 9 de janeiro, ao receber o abaixo-assinado na Câmara do Rio de Janeiro, D. Pedro disse a célebre frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico”.
Em maio daquele mesmo ano, as diferenças entre Lisboa e D. Pedro se aprofundaram. Foi quando o Príncipe decidiu que toda ordem vinda da Corte só seria executada após sua análise e seu acordo com o “Cumpra-se”.
No dia 7 de setembro, ao voltar de São Paulo para o Rio de Janeiro, D. Pedro recebeu em Santos uma carta, na qual seu pai ordenava seu retorno imediato a Portugal. Recebeu também duas outras cartas que o aconselhavam a ficar no Brasil (uma de José Bonifácio e outra de sua esposa, Maria Leopoldina da Áustria). D. Pedro finalmente decidiu permanecer. Assim, diante das circunstâncias, deu o grito “Independência ou Morte!”, próximo ao riacho Ipiranga. Dessa forma, o laço político que unia o Brasil a Portugal foi rompido.
Pouco tempo depois, no dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro recebeu o título de Imperador D. Pedro I. Sua coroação aconteceu em dezembro daquele mesmo ano.
Após muitos conflitos, Portugal finalmente reconheceu a independência do Brasil. Foi, então, assinado em 1825 o Tratado de Aliança e Paz entre os dois países.
A independência não marcou, entretanto, uma ruptura como o modelo colonial. Os fundamentos sociais e econômicos, como o trabalho escravo e o latifúndio, que representavam os privilégios aristocráticos, permaneceram os mesmos.