Crea-PE

Modais integrados e mais tecnologia são alternativas para logística nacional

O webinar final da série “Um projeto para o Brasil”, transmitido pelo canal do youtube do Crea-PE, aconteceu no Terça no Crea, de 24.11, com o tema  “Que estratégica logística pode nos integrar ao mundo?”,  numa agenda que contou com a coordenação do presidente do Conselho, Evandro Alencar. Os palestrantes foram Guilherme Bianco, diretor de transporte terrestre, do Ministério da Infraestrutura juntamente com Marcílio Cunha e Marcelo Perrupato, consultores em logística. O moderador foi Fernando Jordão, especialista em engenharia de transportes, com apoio de João Recena, coordenador do Projeto e membro do CTP, Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE.

Guilherme Bianco buscou responder à questão central, dizendo que para que um país seja competitivo, é preciso ter qualidade na infra estrutura e um ambiente de negócios favorável a atrair investimentos. “Para equilibrar a matriz de transporte, podemos reduzir o custo Brasil e precisamos simplificar a burocracia, não esquecendo a logística verde, sendo ambientalmente sustentáveis, com transportes intermodais, priorizando menos emissão de poluentes”, concluiu. Ele também destacou o papel da engenharia no planejamento e no gerenciamento de projetos que exemplificou através de mapas, além de falar sobre estatais responsáveis pela contratação de obras em rodovias, como o DNIT.

Marcílio Cunha, engenheiro de produção, especialista em logística, professor, atuando há 48 anos no mercado com as dinâmicas que envolvem transporte, armazenamento e distribuição, abordou a visão dos empresários, muitos clientes que tem atendido como consultor. Falou da importância da qualificação profissional, lembrando das 394 empresas do polo digital, carente de mão de obra qualificada, com 3 mil vagas em aberto. Destacou o e-commerce, que movimenta 100 milhões de reais/dia em negócios digitais no Brasil, envolvendo tecnologias, com aumento da eficiência, especialmente através do Smart Supply Chain, 4.0, com gerenciamento inteligente da cadeia de suprimentos. Questionou o prazo para a entrega da transnordestina, se vai ser entregue mesmo em 2027, “pois não se pode deixar de lado uma ferrovia, modal importante na logística”, declarou.

Marcelo Perrupato, engenheiro civil, mestre em ciências, um dos grandes pensadores de logísticas do país, que já ocupou cargos executivos no governo federal, trouxe a visão da interdependência entre os modais rodoviários, ferroviário, com estrutura portuária, vendo transporte como sistema integrado. Falou da necessidade de se ampliar horizontes, “com planejamento para 30 anos, através de instituições não governamentais, ao invés de 4, 8 anos, como acontece na gestão, a cada governo que entra ou sai”, afirmou. Resgatou informações sobre parcerias público privadas no tempo do império, como a concessão feita a particulares, para implantação do porto de Santos em São Paulo. “Participação privada em empreendimentos públicos não é nada estranho, voltar ao passado pode ser valioso agora”, disse, sugerindo ao gestor federal que verifique possibilidades de inserir o CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, sob combustíveis para garantir mais recursos para a infraestrutura nacional.

O público acompanhando o webinar elogiou a qualidade das exposições, e esclareceu dúvidas, especialmente sobre a BR 232, e a Transnordestina, no final da programação. Marcos Santos Filho, destacou no chat: “Parabéns ao Crea-PE pelo tema urgente e por reunir os palestrantes tão capazes! Muitos desafios para superar, mais ainda no Nordeste e em particular para PE”.

Um Projeto para o Brasil realizou nessa agenda, a oitava edição de temas, com sua finalização. A articulação de palestras com temas diferenciados da rotina técnica das engenharias, teve início em setembro passado, trazendo para o Terça no Crea uma série de eventos virtuais, com painéis reunindo múltiplos saberes, visando ampliar a visão dos profissionais do Sistema Confea/Crea e a sociedade em geral, sobre temas estratégicos para o país. Foram compartilhadas visões nas áreas de economia, saneamento, educação, agricultura, energia limpa, reunindo nomes como Tânia Bacelar, Jorge Jatobá, Roberto Tavares, Mozart Neves, entre outros.

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