A temática da Dessalinização da Água no Semiárido Brasileiro norteou o seminário de debates nesta quarta-feira (13), no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE). O evento contou com participantes de várias instituições como Academia Pernambucana de Engenharia (APEENG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Compesa, Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco e de representante da empresa Ácqua Pura.
O evento que começou às 15h, trouxe como primeiro ponto abordado um Breve Histórico da Dessalinização em Pernambuco, onde o professor titular da UFPE, campus Agreste, José Almir Cirilo abordou as primeiras experiências no estado, que datam do ano de 95 a 98, com a implantação de sistemas de dessalinização pela COMPESA e em seguida pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, em parceria com o LAFEPE, que passou a fabricar dessalinizadores no mesmo período.
Segundo a engenheira civil Fernanda Bernardino, a descontinuidade de políticas públicas nesse debate, como a gestão dos sistemas, operação e manutenção dos equipamentos, levou a um período de poucos avanços nos anos subsequentes. Hoje já acredita numa retomada. “Nos últimos 3 anos foram instalados mais de 285 equipamentos para dessalinização de águas salobras e também dessalinização de água do mar em Fernando de Noronha, atendendo cerca de 40% do consumo do território. Estamos aos poucos retomando esse processo”.
Para o engenheiro Alexandre Santana, que veio com o tema “Destinação e uso do rejeito da Dessalinização”, com o cruzamento de informações sobre população versus vazão de poços, versus qualidade da água, para cada setor censitário de Pernambuco, pretende-se, com mais precisão, indicar os lugares mais apropriados para a instalação de novos dessalinizadores. “Se chegarmos ao número de 800 equipamentos, poderemos atender a 50% da população difusa no semiárido”.
Desenvolvendo mais sobre o tema, tivemos ainda a palestra do professor Antonio Alves, que explanou sobre o primeiro programa de uso de dessalinizador no Brasil, e o professor Frederico Dias Nunes falando sobre os programas de dessalinização em Fernando de Noronha-PE e na região de Macau – RN.
Logo em seguida foi aberto espaço para perguntas que foram coordenados pelo professor Alexandre Schuler, com a participação do público presente. Para o presidente do Crea-PE, Evandro Alencar, a produção dos cadernos do semiárido que estão sendo produzidos pelo próprio Conselho, irá acrescentar ainda mais informações de qualidade ao enriquecimento desse debate.