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Presidente do Confea diz que projetos sem base técnica emperram obras da Copa

Projetos elaborados sem consistência técnica representam hoje o grande gargalo para a liberação de recursos destinados às obras da Copa 2014. A três anos da realização do campeonato mundial no Brasil, a maioria dos empreendimentos ainda não saiu do papel por apresentar irregularidades justamente nesses projetos técnicos.  A revelação foi feita, na manhã desta quinta-feira (12), pelo presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcus Túlio de Melo, durante audiência pública no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).

O deputado Fausto Souza (PRTB) representou o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Ricardo Nicolau (PRP), nesse evento.  O encontro na Fieam reuniu todos os segmentos envolvidos com a realização da Copa no Amazonas e também das outras cidades-sede brasileiras, onde serão realizados os jogos. Segundo Marcus Túlio, hoje, os órgãos de controle agem corretamente ao bloquear a liberação de investimentos aos projetos concebidos sem a devida base técnica que ofereça a contrapartida em termos de financiamentos.

“As instituições de fiscalização, como o Ministério Público Federal (MPF), estão certas em não aprovar empreendimentos porque muitos apresentam erros, geram dúvidas. Falta mais planejamento e maior garantia das empresas que pretendem participar do pacote das obras da Copa”, afirmou Marcus Túlio, para uma platéia formada principalmente por engenheiros, empresários da construção civil (do Amazonas e de outros estados) e pelo coordenador da Unidade Gestora de Projetos da Copa 2014 (UGP) no Estado, Miguel Capobiango.

A audiência pública para discutir as obras da Copa do Mundo nas 12 cidades-sede, uma iniciativa do sistema Confea/Crea, já foi realizada este ano em sete capitais brasileiras (Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Cuiabá, Natal e Curitiba), enfocando em especial temas como infraestrutura, planejamento, execução e tramitação de projetos.

Mobilidade

De acordo com a organização da audiência pública na Fieam, uma pesquisa on-line realizada com usuários de Manaus revelou que deficiências na mobilidade urbana, na infraestrutura e nas condições do aeroporto da capital são as principais preocupações da população para a realização da copa no Amazonas.

E essa preocupação se reflete na construção do monotrilho e do sistema BRT, alvos de intensas polêmicas e dois grandes exemplos de projetos cujos financiamentos continuam emperrados na Caixa Econômica Federal (CEF) por serem considerados inviáveis economicamente em relação às peculiaridades de Manaus, segundo análise dos técnicos da Corregedoria Geral da União (CGU).

O deputado Fausto Souza defende o projeto BRT que, segundo ele, tem menor custo e permitirá uma tarifa de transporte coletivo mais acessível, principalmente à população de baixa renda. “Devemos pensar no legado pós-Copa. A maioria dos deputados está convencida de que o BRT é mais viável para Manaus. Esse sistema dá mais garantias em comparação com o monotrilho”, disse o parlamentar, que preside a Comissão de Esporte e Lazer da Aleam.

O coordenador da UGP 2014, Miguel Capobiango, argumenta, porém, que o monotrilho é um empreendimento viável para Manaus e atribui a não-aprovação do projeto a uma análise precipitada dos técnicos da CGU. “Se não fosse assim, não existiriam hoje 70 monotrilhos em todo o mundo. Só a China está construindo cinco, a Itália tem cinco e São Paulo também constrói dois”, disse ele.

Fonte: Portal “A Crítica”

 

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