Brasília, 26 de fevereiro de 2010 – “Os senhores não se surpreendam se o número de cidades-sede diminuir”. A frase foi dita pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, na palestra que fez quarta-feira (23), quando participou do painel “A execução de obras públicas e a Copa de 2014: como conciliar agilidade, qualidade e controle”, no 5º Encontro de Lideranças do Sistema Confea/Crea, para expressar a medida que deverá ser adotada, caso as obras das arenas e de infraestrutura para o mundial não atendam aos acordos preliminares.
O ministro criticou os investidores que, espalhados em 12 cidades-sede, “estão realizando manobras para atender as exigências da FIFA”. Para ele, os mecanismos que estão sendo utilizados garantem a permanência das cidades no mundial, no entanto, estão comprometendo o cronograma das obras, o que poderá ocasionar no corte de algumas delas.
“Não nos faltam recursos para as obras. Alertamos para os prejuízos que podem ocorrer, a partir de atitudes pouco responsáveis. Precisamos que as 12 cidades garantam as construções e reformas nos prazos estabelecidos, porque, do contrário, cortaremos aquelas que não cumprirem com as obrigações que incluem o dia 1º de abril próximo, como data para o início das obras que deverão ser concluídas em dezembro de 2012”, informou Orlando Silva.
Dentre as avaliações feitas pelo ministro, está a que indica os benefícios que a Copa trará para o País e para as cidades e regiões onde serão realizados os jogos. “A realização de um evento como esse dará destaque mundial ao Brasil, contribuirá para a modernização dos Estádios, possibilitará melhorias na qualidade da prestação de serviços como saúde, transporte, gastronomia e outros”, disse Orlando Silva.
Ele acrescentou que “o número de cidades-sede que deveria ser de apenas oito foi aumentado para 12 como forma de garantir desenvolvimento em nível nacional”. O ministro ainda chamou atenção para o fato de que a construção de arenas de última geração dará ao Brasil a condição de referência em quesitos como segurança e conforto.
O ministro Orlando Silva disse que essa referência será acrescida de novos elementos e atributos como o compromisso com a sustentabilidade, a aplicação de soluções eficientes de mobilidade urbana e a utilização de energia limpa, mecanismos que caracterizarão o mundial como a “Copa verde”, garantiu. As estimativas indicam que o Brasil receberá para a Copa de 2014 cerca de 500 mil turistas.
Para esse fato, o ministro chamou a atenção para a necessidade de se estimular os visitantes a conhecerem outros destinos do País, de se investir na qualidade da mão-de-obra e na melhoria da infraestrutura. Na opinião dele, a Copa, além de ganhos econômicos e de infraestrutura trará ainda os chamados ganhos intangíveis como a consciência cívica e a integração do País.
Por fim, o ministro garantiu que, um documento assinado pelas três esferas de governos – municipal, estadual e federal -, estabelecendo quem é responsável pelo que, o orçamento e o prazo para conclusão das obras, garantirá que a Copa de 2014 seja “um dos maiores mundiais que a FIFA já viu nos últimos tempos”, concluiu.
Dilma Moura
ASC do CREA-PE