As águas do Rio São Francisco deverão chegar à Paraíba, mas faltam projetos para manejo desse recurso hidríco
O que parecia impossível deverá acontecer no próximo ano: as águas do Rio São Francisco chegarão à Paraíba. A expectativa é que sejam despejados no Estado 26 metros cúbicos de água por segundo. Mas, o que muita gente nem imagina é que não foram pensados projetos para uso correto desse recurso hídrico. É o que denuncia o deputado estadual Assis Quintans (DEM): “O que vão fazer? Despejar essa água no já poluído Rio Paraíba?”, questiona o parlamentar. Para envolver a sociedade nessa discussão, ele coordenou o Seminário Águas do Rio São Francisco – Sustentabilidade Sócio-Econômica-Ambiental na Paraíba, evento que teve apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O Seminário Águas do Rio São Francisco – Sustentabilidade Sócio-Econômica-Ambiental na Paraíba foi realizado nesta terça-feira, 22 de março, nos auditórios da Reitoria, Centro de Educação, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes da UFPB. Pela manhã, na abertura do evento, estiveram presentes as seguintes autoridades: o vice-governador do Estado da Paraíba, Rômulo Gouveia; o reitor da UFPB, Rômulo Polari; o presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, Ricardo Marcelo; o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto; o Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão; o Presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), Buba Germano; o representante do Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; o coordenador geral das obras de transposição do Rio São Francisco, engenheiro José Luiz de Sousa; secretários de Estado, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Quintans é enfático ao afirmar que a Paraíba esperou tanto a transposição das águas do Rio São Francisco, mas não se preparou para recebê-la. “Não teremos um único centavo para investimentos, simplesmente porque não existem projetos”, afirmou. Segundo ele, se as ações forem planejadas a Paraíba poderá receber até 100 metros cúbicos de água do São Francisco, por segundo.
O que mais preocupa os representantes de instituições que participaram do Seminário é o desperdício das águas do São Francisco. “Não podemos, por exemplo, despejar num manancial já poluído”, afirmou o deputado lembrando que “as instituições de ensino são essenciais não só para educar a sociedade sobre como evitar o desperdício da água, mas para garantir a preservação ambiental desse recurso”.
Além da UFPB, também foram parceiros do seminário a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). As sugestões apresentadas durante o evento serão reunidas em um livro que será distribuído entre prefeituras e governos estadual e federal.
*Fonte: Agência de Notícias da UFPB – Mª Cristina Dias