Gramado, 22 de outubro de 2009 – A forte demanda agrícola dos países emergentes foi o tema central do segundo dia do XXVI Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), que está sendo realizado em Gramado (RS). Na quarta-feira (21) pela manhã, durante a conferência "Brasil celeiro do mundo", o diretor do Campus da Ulbra Guaíba, engenheiro agrônomo Eloí Flôres, disse que o Brasil precisa estar atento, principalmente, ao mercado dos países da Ásia e da Oceania.
"A China, com 1,7 bilhão de pessoas, e a Índia, com 1,3 bilhão, não podem ser desprezadas, pois este contingente de habitantes precisa se alimentar", frisou. Segundo o palestrante, o consumo agropecuário de países desenvolvidos está estagnado, o que justifica a modificação do foco brasileiro.
O assessor de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Zander Navarro, acredita que o Brasil será o maior país agrícola mundial nos próximos 15 anos. Ele informou que a taxa de produtividade média nacional é a melhor do mundo, e que o crescimento anual da safra vem do incremento no rendimento, e não do avanço da área.
Já o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo de Passo Fundo, Gilberto Rocca da Cunha, traçou um cenário sobre as mudanças climáticas até 2099, destacando que elas podem afetar a produtividade das lavouras e inviabilizar as perspectivas positivas do Brasil como "celeiro do mundo". Na parte da tarde, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, apresentou a conferência "O rural e o urbano no desenvolvimento sustentável". Segundo ele, o Brasil tem tudo para dominar globalmente o processo de economia verde, pois possui agroenergia de qualidade e tecnologia sustentável. "Temos a capacidade de produzir tanto alimento como energia para o mundo", afirmou.
Luciana Brambilla
Assessoria de Imprensa CBA 2009