XXII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, que entra no terceiro dia, promove capacitações e debates de temas de interesse do setor, em Porto de Galinhas
Os tubarões não são cegos e nem existem em grande quantidade na costa pernambucana. Pelo contrário. O animal tem todos os sentidos super aguçados, um sexto sentido para campos eletromagnéticos e existem em em pequena quantidade no litoral do Estado. Os mitos sobre os tubarões foram criados a partir dos incidentes com o animal, e desfeitos, nesta quarta-feira (23), pelo professor Paulo Oliveira, que ministrou minicurso sobre raias e tubarões, no CONBEP 2023, em Porto de Galinhas, que conta com patrocínio do Crea-PE.
Segundo Oliveira, professor da UFRPE e que participa de projeto de pesquisa e monitoramento de tubarões, alguns fatores de mudanças no meio ambiente alteram o comportamento do animal e podem estar ligados aos incidentes. Ao final do minicurso, os congressistas, a maioria estudante de Engenharia de Pesca, tiveram a oportunidade de colocar a mão na massa. Após dois dias de conteúdo, grupo participou de atividades práticas de análise e monitoramento dos animais.
O XXII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca ofereceu outros minicursos na primeira parte do evento, como Aquaponia, desenvolver de produtos à base de pescado e edição prática de vídeos.
Os efeitos das mudanças climáticas nas atividades da pesca e aquicultura e a gestão pesqueira e aquícola foram destaques entre as palestras do Conbep, na tarde desta quarta-feira (23). O XXII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, em Porto de Galinhas, debate até a quinta-feira (24) diversos temas de interesse da área.
Na mesa redonda sobre mudanças climáticas, o tom foi de alerta para o impacto econômico e social na pesca e aquicultura e da necessidade de adaptação do País à nova realidade ambiental. “Precisamos desenhar alternativas para garantir a segurança alimentar nas próximas décadas”, destacou Adalberto Luís Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Já a oceanógrafa e professora da USP Maria Gasalla apresentou a literatura em torno das mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável, além de alertar sobre os impactos econômicos e sociais para a atividade que a pesca e a aquicultura.
No debate sobre gestão pesqueira, a bacharel em direito Ana Silvino e o engenheiro de Pesca José Augusto Negreiros Aragão, do Ibama, abordaram a importância do planejamento. Para Ana Silvino, a gestão pesqueira deve ser planejada de acordo com as normas e regulamentos. Augusto Aragão apresentou o plano de gestão de camarões, que foi aplicado em 83 comunidades pesqueiras no Brasil, através de 22 oficinas.
No terceiro dia do CONBEP 2023 também houve espaço para sessões especiais, a exemplo do Encontro científico sobre a bacia do Rio São Francisco o II Encontro dos Estudantes de Engenharia de Pesca. O congresso será encerrado nesta sexta-feira, Na programação do último dia estão agendados workshop de peixes ornamentais, encontros das associações estaduais de Engenharia de Pesca e dos coordenadores de cursos (Encopesca), além de palestras, mesas redondas, entre outras atividades. O encontro reúne cerca de 700 pessoas, entre estudantes, profissionais, professores e representantes de entidades, além do pessoal de apoio.